<data:blog.pageTitle/> <data:blog.pageName/> | Enfermagem a Profissão do Cuidar

Pesquisar

Exame: Gasometria Arterial e os cuidados de enfermagem

O reconhecimento dos mecanismos homeostáticos que controlam o equilíbrio ácido-base é fundamental, pois o distúrbio ácido-base  estão ...

gasometria
O reconhecimento dos mecanismos homeostáticos que controlam o equilíbrio ácido-base é fundamental, pois o distúrbio ácido-base estão associados ao maior risco de disfunção de órgãos e óbito em pacientes internados em terapia intensiva.

A gasometria arterial consiste em um exame de grande importância clínica, além de ser amplamente disponível e de baixo custo, fornece informações que auxiliam o diagnóstico e tratamento de varias patologias.

Indicações e Complicações da Gasometria Arterial

O desequilíbrio ácido básico pode ser dividido em acidose e alcalose, tanto de origem respiratória como metabólica. As principais condições que alteram o PH sanguíneo são decorrentes de condições de insuficiência respiratória, hiperventilação, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), Pneumonia grave, asma grave e outras.

Os distúrbios metabólicos também podem ser avaliados por esse exame, algumas condições podem causar tais distúrbios como: Cetoacidose diabética, insuficiência renal crônica, choque, pancreatite e etc.

Em geral as complicações, são pouco freqüentes quando a técnica de coleta é obedecida, as principais são:
· Dor no local da punção;
· Sangramento e formação de hematoma;
· Lesão de nervos;
· Outras complicações como: trombose arterial, espasmos arteriais, embolização, pseudo-aneurisma.

Medidas Gerais:

A realização de quaisquer exames seja laboratorial ou não, deve respeitar as indicações e as contraindicações para sua realização.
Após avaliação da necessidade do exame e o esclarecimento ao paciente, devem-se seguir etapas abaixo para realização de uma punção arterial:

· Escolher uma artéria para punção de acordo com as condições do paciente;
· Garantir posicionamento confortável para o profissional e para o paciente;
· O profissional deve manter as técnicas assépticas (Luvas, máscaras, etc);
· Limpar o local da punção com anticéptico (Álcool ou PVPi);
· Injetar 0,5 em região intradérmica de anestésico local (Lidocaína);
· Acoplar a agulha à seringa e aspirar heparina para seu interior, de modo que todas as suas paredes fiquem em contato com a medicação;
· Desprezar o excesso de heparina, deixando aproximadamente 0,2ml no interior da seringa.
· Coletar três a cinco mililitros de sangue  e aplicar compressão local da punção;
· Após análise, descartar todo material em recipiente adequado.


Técnicas de Punção


A gasometria arterial é um exame invasivo que mede as concentrações de oxigênio, a ventilação e o estado ácido-básico.

Normalmente, essa amostra é coletada na artéria radial, perto do punho, mas também poderá ser coletada pela artéria braquial ou femoral.

Através da amostra de sangue arterial, é possível determinar as concentrações de oxigênio e de dióxido de carbono, assim como a acidez do sangue, que não pode ser mensurada em uma amostra de sangue venoso.

Artéria radial

A artéria radial é escolhida por ser uma artéria relativamente superficial em sua posição distal, não apresenta outros vasos importantes próximos e ser de fácil acesso, permitindo conforto ao paciente e ao profissional para a realização do procedimento.
No entanto, por ser um dos vasos de irrigação da mão, deve ser avaliada a capacidade de suprimento sanguíneo pela artéria ulnar. Para tal pode-se avaliar a circulação colateral por exames complementares como a Ultrassonografia Doppler ou arteriografia da mão. Entretanto, durante o exame físico essa circulação pode ser avaliada pelo teste de Allen.



Gasometria Arterial (Artéria Radial)





Técnica

Explicar ao paciente sobre o procedimento a ser realizado, informando-o todos os passos;

1. Colocar o paciente em posição decúbito dorsal, de modo que a região a ser inspecionada para a provável punção fique em uma superfície plana e firme, deixando a musculatura relaxada;

2. Separar o material numa bandeja ou cuba rim, previamente limpa com álcool á 70%;

3. Realizar a lavagem das mãos de forma rigorosa;

4. Colocar o braço do paciente em uma superfície plana com a palma da mão voltada para cima e o punho discretamente estendido. Ter o cuidado para não estender demais o punho nem palpar muito forte e obstruir o pulso;

5. Abrir o pacote de luva estéril;

6. Colocar na cuba: seringa e agulha escolhida para fazer a punção, agulha para aspiração, um pacote de gaze estéril e o frasco de heparina;
  
7. Calçar a luva estéril na mão dominante e com esta segurar a seringa estéril, com a mão não dominante, segurar o frasco de heparina e aspirar 1 mL, para banhar toda a luz da seringa;

8. Trocar a agulha de aspiração pela agulha da punção 13x4,5 ou 25x7, dependendo do paciente;

9. Desprezar a heparina que foi aspirada;

10. Calçar a outra luva na mão não dominante;

11. Fazer a anti-sepsia do local e esperar secar;

12. Palpar a artéria com o dedo indicador e médio juntos, sentindo o percurso da artéria por baixo do tecido subcutâneo, atentando também para a sua linearidade;

13. Puncionar com um ângulo de 30° ou 45° e direcionar para o vaso, até observar o refluxo de coloração vermelho (encarnado/rutilante) com pressão no interior da seringa e de aspecto pulsátil;

14. Caso não se consiga o sangue após punção, retirar lentamente a agulha até a região subcutânea, não saindo para evitar uma nova punção, e reintroduzir corrigindo a angulação, trajetória e profundidade;

15. Após êxito, retirar a seringa lentamente e, caso haja a presença de ar, este deve ser removido;

16. Pressionar o local por 5 minutos. Se após 5 minutos ainda houver a presença de sangramento, continuar pressionando por mais cinco minutos ou até parar o sangramento. Quando não houver mais sangramento, colocar um curativo compressivo no local de punção;

17. Vedar totalmente a agulha do material;

18. Levar o material colhido, imediatamente, para realização do exame, acondicionado em uma caixa térmica com gelo;

19. Registrar a técnica realizada no prontuário do paciente;


20. No impresso da solicitação deste tipo de exame deve conter: temperatura, e, se o paciente estiver fazendo uso de oxigenioterapia, quantos litros de 02 ou FIO2;


Cuidados com a Amostra

Após a coleta do sangue arterial, ainda há atividade metabólica nas células sanguíneas na atmosfera, acarretando no aumento da pressão parcial de gás carbônico. Além disso, pode ocorrer à difusão de oxigênio através das paredes da seringa. Tal fato acarreta na queda da pressão parcial de oxigênio.
A escolha da seringa pode influenciar na analise final da gasometria. Estudos mostram que os gases tendem a ser menos difusíveis com o uso da seringa de vidro. Tais seringas também apresentam vantagens sobre as de plástico, pela maior facilidade para a coleta da amostra devido ao enchimento espontâneo do seu lúmen após a punção, enquanto seringas de plástico tendem a necessitar de sucção para seu enchimento.
Na tentativa de diminuir o metabolismo das células sanguíneas, o uso de um recipiente com gelo para guardar as amostras antes de serem levadas para análise é uma medida a ser adotada. Entretanto se a amostra for levada imediatamente para a análise, tal ação pode ser dispensada.

Deve-se evitar a formação de bolhas de ar no interior da seringa, quando presentes, deve-se retira-las colocando o recipiente em posição vertical.

Valores Normais de uma Gasometria Arterial


pH => Avaliar o pH para determinar se está presente uma acidose ou uma alcalose.

Obs: O desequilíbrio ácido-básico é atribuído a distúrbios ou do sistema respiratório (PaCO2) ou metabólico.

PaO2 => A PaO2 exprime a eficácia das trocas de oxigênio entre os alvéolos e os capilares pulmonares, e depende diretamente da pressão parcial de oxigênio no alvéolo, da capacidade de difusão pulmonar desse gás, da existência de Shunt anatômicos e da reação ventilação / perfusão pulmonar.

Obs: Alterações desses fatores constituem causas de variações de PaO2.

PaCO2 => A pressão parcial de CO2 do sangue arterial exprime a eficácia da ventilação alveolar, sendo praticamente a mesma do CO2 alveolar, dada a grande difusibilidade deste gás.

Se a PaCO2 estiver menor que 35 mmHg, o paciente está hiperventilando.

Se a PCO2 estiver maior que 45 mmHg, o paciente está hipoventilando.

Se o pH estiver maior que 7,45, ele está em Alcalose Respiratória.

Se o pH estiver menor que 7,35, ele está em Acidose Respiratória.

HCO3- => As alterações na concentração de bicarbonato no plasma podem desencadear desequilíbrios ácido-básicos por distúrbios metabólicos.

Se o HCO3- estiver maior que 28 mEq/L com desvio do pH > 7,45, o paciente está em Alcalose Metabólica.

Se o HCO3- estiver menor que 22 mEq/L com desvio do pH < 7,35, o paciente está em Acidose Metabólica.

Base excess – BE: Sinaliza o excesso ou déficit de bases dissolvidas no plasma sanguíneo

BE = alcalose

BE = acidose

Como interpretar a gasometria?


Passo 1: Olhe para o pH - está normal, ácido ou alcalino em relação a faixa normal ( 7,35 a 7,45)?

Se o pH estiver ácido (acidemia) existe uma acidose.

Se o pH estiver alcalino (alcalemia) existe uma alcalose.

Se o pH estiver normal de duas uma: ou não há distúrbio ácido-básico ou há dois distúrbios que se compensaram.

Passo 2: Qual o distúrbio ácido-básico que justifica esse pH?

pH ácido (< 7,35):


Pode ser justificado pelo aumento da PC02 (acidose respiratória) ou pela redução do HC03 (acidose metabólica).

pH alcalino (> 7,45):

Pode ser justificado pela redução da PC02 (alcalose respiratória) ou pelo aumento do HC03 (alcalose metabólica).

A acidose metabólica


É a acidez excessiva do sangue caracterizada por uma concentração anormalmente baixa de bicarbonato no sangue.

Quando o pH sanguíneo cai, a respiração torna-se mais profunda e rápida à medida que o organismo tenta livrar o sangue do excesso de ácido reduzindo a quantidade de dióxido de carbono. Finalmente, os rins também tentam compensar excretando mais ácido na urina.

Sintomas

É comum a ocorrência de náusea, vômito e fadiga;

A respiração torna-se mais profunda ou discretamente mais rápida;

À medida que a acidose piora, o indivíduo começa a sentir-se extremamente fraco e sonolento e pode apresentar confusão mental e uma náusea progressiva;

Quando a acidose agrava ainda mais, a pressão arterial pode cair, acarretando o choque, o coma e a morte.

Tratamento

Quando a acidose é leve, pode ser suficiente a administração intravenosa de líquidos e o tratamento do distúrbio principal.

Quando a acidose é grave, pode ser realizada a administração intravenosa de bicarbonato.

Quando a acidose agrava ainda mais, a pressão arterial pode cair, acarretando o choque, o coma e a morte.

Alcalose Metabólica


É uma condição na qual o sangue é alcalino devido a uma concentração anormalmente alta de bicarbonato. A alcalose metabólica ocorre quando o corpo perde ácido em excesso.

A alcalose metabólica pode ocorrer quando a perda excessiva de sódio ou de potássio afeta a capacidade dos rins de controlar o equilíbrio ácido- básico do sangue.

Sintomas

Pode causar irritabilidade;

Contrações musculares e câimbras;

Ou pode ser assintomática;

Quando a alcalose é grave, o indivíduo pode apresentar contrações prolongadas e tetania (espasmos musculares).

Tratamento

Normalmente, o médico trata a alcalose metabólica através da reposição de água e de eletrólitos (sódio e potássio) e, concomitantemente, trata a causa básica.

Ocasionalmente, quando a alcalose metabólica é muito grave, é realizada a administração intravenosa de ácido diluído sob a forma de cloreto de amônio.

Acidose Respiratória


É a acidez excessiva do sangue causada por um acúmulo de dióxido de carbono no sangue em decorrência de uma má função pulmonar ou de uma respiração lenta.

A velocidade e a profundidade da respiração controlam a concentração de dióxido de carbono no sangue.

A concentração alta de dióxido de carbono no sangue estimula as partes do cérebro que regulam a respiração, as quais por sua vez estimulam o aumento da freqüência e da profundidade da respiração.

Sintomas

Os sintomas iniciais podem ser a cefaléia (dor de cabeça) e a sonolência.

Quando a acidose respiratória piora, a sonolência pode evoluir para o estupor e o coma.

Os rins tentam compensar a acidose retendo bicarbonato, mas esse processo leva muitas horas ou dias.

Tratamento

O tratamento da acidose respiratória visa melhorar a função pulmonar.

Os medicamentos que melhoram a respiração podem ajudar os indivíduos com doenças pulmonares como a asma e o enfisema.

Alcalose Respiratória


É uma condição na qual o sangue é alcalino porque a respiração rápida ou profunda acarreta uma concentração baixa de dióxido de carbono no sangue.

A hiperventilação (respiração rápida e profunda) provoca uma eliminação excessiva de dióxido de carbono do sangue.

A causa mais comum da hiperventilação e conseqüentemente da alcalose respiratória é a ansiedade.

Sintomas

Pode fazer com que o indivíduo se sinta ansioso e pode causar uma sensação de formigamento em torno dos lábios e na face.

Quando a alcalose respiratória piora, os músculos podem entrar em espasmo e o indivíduo pode sentir-se afastado da realidade.

Tratamento

Geralmente, o único tratamento necessário é reduzir a freqüência respiratória.

Quando a alcalose respiratória é causada por ansiedade, um esforço consciente de reduzir a freqüência respiratória pode fazer com que o problema desapareça.

Quando a respiração rápida é causada por uma dor, o alívio da mesma geralmente é suficiente para que o ritmo respiratório regularize.

PARECER COFEN - Veja de quem é responsabilidade realizar a coleta
Nome

Auditoria,8,Centro Cirúrgico,27,Colunistas,2,Dicas de Saúde,25,Doenças,69,Mateus Henrique Dias Guimarães,11,Medicamentos,34,Publieditorial,6,Relacionados à Enfermagem,134,Relacionados à Saúde,130,Técnicas de Enfermagem,45,
ltr
item
Enfermagem: Exame: Gasometria Arterial e os cuidados de enfermagem
Exame: Gasometria Arterial e os cuidados de enfermagem
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXcBkPoPpfQz-XG_8qfKXc9mhSELBJ4ISTh3eEydBU8igGqAw3MJyUdJpIVqXcycLj-QnlNfSORDhwwUqQqlHDcX4IxT9QGKGaB-jzhNWTWhgaEFOXWRjW63Utt6JqzIRzdup7d-ZvRcT-/s640/gasometria-arterial-coleta.jpg
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXcBkPoPpfQz-XG_8qfKXc9mhSELBJ4ISTh3eEydBU8igGqAw3MJyUdJpIVqXcycLj-QnlNfSORDhwwUqQqlHDcX4IxT9QGKGaB-jzhNWTWhgaEFOXWRjW63Utt6JqzIRzdup7d-ZvRcT-/s72-c/gasometria-arterial-coleta.jpg
Enfermagem
https://www.enfermagemnovidade.com.br/2015/05/exame-gasometria-arterial-e-os-cuidados.html
https://www.enfermagemnovidade.com.br/
https://www.enfermagemnovidade.com.br/
https://www.enfermagemnovidade.com.br/2015/05/exame-gasometria-arterial-e-os-cuidados.html
true
7506902372674157562
UTF-8
Carregar todas as postagens Nenhum post encontrado VER TUDO Continuar lendo Responder Cancelar resposta Deletar Por Início PÁGINAS POSTAGENS VER TUDO RECOMENDADO PARA VOCÊ CATEGORIA ARQUIVO BUSCA TODAS AS POSTAGENS Nenhuma postagem encontrada Página Inicial Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Oot Nov Dez Aagora 1 minuto atrás $$1$$ minutes ago 1 hora atrás $$1$$ hours ago Ontem $$1$$ days ago $$1$$ weeks ago mais de 5 semanas atrás Seguidores Seguir CONTEÚDO PREMIUM BLOQUEADO PASSO 1: Compartilhe nas redes sociais PASSO 2: Click no link da sua rede social Copiar todo o código Selecionar todo o código Copiado para área de transferência Não pode copiar códigos / textos, pressione [CTRL]+[C] (ou CMD+C no Mac) para copiar