Para a identificação dos sons respiratórios, cardíacos e abdominais, iremos abordar de maneira didática a classificação desses sons, para sua melhor compreensão.
Olá amigos e amigas da profissão do cuidar! Tudo bem com vocês?
Neste artigo iremos abordar as técnicas para auscultar e
classificar os sons através do estetoscópio.
Se não utilizarmos nossos conhecimentos, não conseguimos
identificar corretamente o som e podemos equivocadamente registrar terminologias
erradas ao som auscultado.
Para facilitar a identificação dos sons respiratórios,
cardíacos e abdominais, iremos abordar de maneira didática a classificação desses
sons, para sua melhor compreensão.
Se você realmente está interessado(a) em apreender ou
recordar sobre estes fundamentos, continue a leitura até o final.
Sons Respiratórios
Os ruídos respiratórios normais são classificados em três
categorias, conforme intensidade, timbre e duração, sendo portanto,
apresentados da seguinte maneira:
1) Murmúrio Vesicular: é suave, com timbre grave, auscultado
durante a inspiração de modo contínuo, sem pausa durante a expiração.
Desaparece no início da expiração.
2) Ruídos Respiratórios Brônquicos: são muito intensos e com
timbre bem agudo. Ocorre um curto período de silêncio entre as fases
inspiratória e expiratória, sendo os ruídos expiratórios mais longos que os
inspiratórios.
3) Ruídos Respiratórios Broncovesiculares: são considerados
como intermediários. Nesses ruídos, os sons inspiratórios e expiratórios têm
duração aproximada, podendo ocorrer ou não em um período de silêncio entre
eles.
Quanto aos sons respiratórios anormais, também denominados
de adventícios, consideraremos a seguinte classificação:
1) Sons Anormais Descontínuos: representados pelos
estertores.
2) Sons ou Ruídos Anormais Contínuos: representados pelos
roncos, sibilos e estridores.
3) Sons de Origem Pleural.
Os estertores são ruídos audíveis na inspiração ou na
expiração, superpondo-se aos sons respiratórios normais, podendo-se apresentar
finos (crepitantes) ou grossos. Os primeiros ocorrem no final da inspiração, de
característica aguda, não se modificando com a tosse. Os grossos, ou também
denominados bolhosos, sofrem alteração com a tosse, sendo audíveis em todas as
regiões do tórax.
Quanto aos roncos, originam-se nas vibrações das paredes
brônquicas e do conteúdo gasoso quando ocorre estreitamento desses ductos.
Aparecem na inspiração e na expiração, predominando nessa última. Têm
características fugazes e mutáveis.
Os sibilos também se originam de vibrações das paredes
bronquiolares e de seu conteúdo gasoso. São disseminados por todo o tórax,
quando desencadeados na asma e na bronquite.
O estridor é um som produzido pela semi obstrução da laringe
ou da traquéia. Com relação aos sons anormais de origem pleural, são classificados como sons de maior duração e frequência mais
baixa, com tonalidade grave, sendo mais fáceis de detectar. Decorre da presença
de exsudato que recobre os folhetos
visceral e parietal da pleura, impedindo-os de deslizarem
fisiologicamente um sobre o outro durante a respiração.
Sons Abdominais
Sons Abdominais Normativos: são gerados pela peristalse da motilidade. Os sons normais do intestino são estalidos ou gorgolejos de um tom alto, que ocorre entre cinco a quinze segundos.
Sons Abdominais Hiperativos: são os sons mais frequentes. Indicam motilidade intestinal aumentada, resultando, possivelmente, de condições como diarreia ou obstrução intestinal recente.
Sons Abdominais Hipoativos: são sons menos frequentes e normais do intestino. Diminuem a partir de condições como o Íleo preguiçoso e peritonite.
Sons Cardíacos
Existem quatro sons cardíacos: primeiro som cardíaco (S1) e
segundo som cardíaco (S2), que representam os sons normais; terceiro som
cardíaco (S3) e quarto som cardíaco (S4), que são anormais.
O som S1 marca o início do fechamento da válvula mitral e da
válvula tricúspide, durado aproximadamente 0,10s. Possui dois componentes: M1 e
T1.
M1: é sincrônico com o fechamento da válvula bicúspide
(mitral). T1 é sincrônico com o fechamento da válvula tricúspide. Geralmente,
S1 é mais alto no ápice (foco mitral ou bicúspide), e no quarto espaço
intercostal esquerdo.
S2: sinaliza o final da sístole ventricular. Tem dois
componentes importantes: A2 e P2.
A2: está relacionado ao fechamento da válvula pulmonar.
Ambos são produzidos pela súbita desaceleração do sangue com a resultante
tensão e vibração das válvulas aórtica e pulmonar. Melhor auscultado ao longo
da borda esternal esquerda superior.
S3: é causado pelas vibrações determinadas pela parede
ventricular, quando ocorre a transmissão do enchimento sistólico rápido para
distensão passiva. É um som anormal, porém nem sempre é patológico.
S4: é causado pelas vibrações determinadas nos ventrículos,
à medida que elas se expandem na segunda fase de enchimento diastólico rápido,
quando o átrio se contrai. Ocorre depois da contração atrial e antes de S1.