A obesidade é uma doença complexa, que é caracterizada pelo acúmulo de gordura no organismo. Está diretamente relacionada ao surgiment...
A obesidade é uma doença complexa, que é caracterizada pelo
acúmulo de gordura no organismo. Está diretamente relacionada ao surgimento de
doenças crônicas, tais como:
- Diabetes tipo II;
- Hipertensão arterial;
- Dislipidemias;
- Coronariopatias;
- Doenças articulares;
- Cálculos biliares;
- Apneia do sono;
- Tipos de câncer.
A obesidade tem afetado todas as faixas etárias e os grupos
socioeconômicos, nos países desenvolvidos e nos que estão em desenvolvimento.
Traz consequências sociais, psicológicas e de proporções epidêmicas. Atualmente, a cirurgia bariátrica tem sido o principal
tratamento para a redução de peso e a melhora das comorbidades relacionadas a
obesidade.
Existem três formas básicas de tratamento cirúrgico:
1 - Técnica restritiva
2 - Técnicas disabsortiva
3 - Técnicas mista
1) Técnicas restritivas: limitam
o volume de alimento sólido que o paciente ingere nas refeições. O resultado
depende da colaboração do paciente, pois alimentos líquidos podem ser ingeridos
quase no mesmo volume que eram antes da operação e se forem muito calóricos
irão atrapalhar ou até impedir a perda de peso.
As principais técnicas restritivas são:
Balão intragástrico: Feito
de silicone, preenchido por uma solução liquida, após ser colocado através de
endoscopia no interior do estômago, pode permanecer lá por um período de 4 a 6
meses, causando sensação de saciedade mais precoce, devendo ser retirado após
esse período.
Banda gástrica ajustável por
laparoscopia: é uma prótese de
silicone que tem um balão insuflável, por dentro, parecido com um manguito do
aparelho de medir pressão arterial.
2) Técnicas disabsortivas: Permitem
ao paciente comer, no entanto atrapalham a absorção dos nutrientes e com isto
levam o obeso ao emagrecimento. São em geral muito bem sucedidas quanto ao
emagrecimento que pode chegar a 40% do peso original, no entanto tem
necessidade de controle mais rígido quanto a distúrbios nutricionais, de
elementos minerais e vitaminas.
Dentre as várias técnicas propostas, três são as mais conhecidas e, o
mais importante, reconhecidas:
Cirurgia de Payne que é um desvio intestinal grande sem se mexer
no estômago (Esta é uma cirurgia de exceção, pois pode levar a distúrbios
nutricionais muito acentuados e é somente utilizada através de critérios
rigorosos).
Outra cirurgia disabsortiva chama-se derivação biliopancreática
ou cirurgia de Scopinaro.
Esta cirurgia consiste em retirar a metade do estômago, desta forma
fazendo com que o paciente possa comer um volume menor, porém satisfatório. É
uma cirurgia que apresenta bons resultados e uma perda de 40% do peso total.
A terceira técnica chama-se Derivação Bilipancreática com Duodenal
Switch ou cirurga de Hess na qual é realizada uma ressecção
longitudinal do estômago (preservada a anatomia básica do estômago e sua
fisiologia no esvaziamento do alimento do estômago).
O componente disabsortivo (desvio intestinal) do duodenal switch faz
com que o alimento venha por um caminho enquanto os sucos digestivos (bile e
suco pancreático) venham por outro. Eles se encontram apenas a 100 cm de acabar
o intestino delgado. Isto inibe a absorção de calorias e nutrientes levando a
um emagrecimento importante.
Principais vantagens:
- Estômago diminuído sem a presença de bandas ou anéis;
- Cirurgia pode ser totalmente revertida (com exceção da faixa de
estômago que foi retirada);
- Não é retirada nada do seu intestino como é proposto em outras
técnicas;
- Nutrientes são absorvidos na pequena faixa de duodeno preservada;
- O volume de alimento que vai poder ingerir em alguns meses de
pós-operatório vai ser praticamente normal e finalmente;
- A perda de peso é consistente e duradoura.
Técnicas mistas: Associam um
pouco de restrição a ingesta do bolo alimentar com um pouco de disabsorção, ou
seja, um desvio intestinal menor. Atualmente a técnica mais utilizada chama-se by-pass
gástrico com anel ou cirurgia de Fobi-Capella (consiste em uma redução
do estômago através de grampeamento).
O estômago é dividido em duas partes: uma menor (30ml) que será
por onde o alimento irá transitar e outra maior que ficará isolada.
Este pequeno estômago é então ligado ao intestino para que o alimento
possa seguir seu curso natural.
Todas as secreções do estômago separado serão levadas a uma nova
costura do intestino feita adiante do intestino que é costurado no estômago.
Outra técnica mista é o bypass gástrico sem banda ou cirurgia de
Wittgrove, é muito semelhante à técnica de Fobi-Capella. A diferença básica é
que ao invés de colocar um anel ao redor do "pequeno estômago”, o
cirurgião faz uma costura apertada entre este último e o intestino.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PÓS OPERATÓRIO DE CIRURGIA BARIÁTRICA:
- Reforçar as orientações nutricionais;
- Estimular a adesão e a obediência às recomendações dietéticas;
- Orientar a ingerir lentamente os alimentos, mastigá-los por completo
e não ingerir líquido com as refeições.
Pós-operatório imediato e tardio
- Avaliar débito urinário no sistema de drenagem fechada ou o desejo do
paciente e a distensão vesical;
- Auscultar o abdome para determinar a presença e a localização dos
ruídos hidroaéreos;
- Monitorizar presença de íleo paralítico (os ruídos hidroaéreos
deverão retornar em média de 6 a 12 h após a cirurgia), flatulência, distensão
abdominal;
- Orientar o paciente a comunicar desconforto em região supra púbica;
- Registrar a coloração, o odor, a consistência, a quantidade e a
frequência das evacuações;
- Verificar presença, aspecto,
características e frequência
de eliminações intestinais;
- Observar e anotar eliminações e outras perdas como: diurese, vômitos,
débitos de drenos, ingestão hídrica;
- Medir diariamente o débito do dreno de sucção;
- Comunicar à equipe médica para tomar as condutas necessárias, como a
necessidade de sondagem vesical de alívio.
Pós-operatório imediato
- Estimular a deambulação logo que possível;
- Estimular a movimentação passiva dos pés, para aumentar o retorno
venoso e prevenir a formação de coágulos nos membros inferiores ou pelve que
podem suceder à cirurgia da obesidade;
- Orientar o paciente que, durante o período pós-operatório, a
deambulação precoce e o posicionamento correto do paciente no leito são muito
importantes na prevenção de complicações pulmonares e de trombose venosa
profunda;
- Atentar para sinais de hipotensão ortostática (diminuição da pressão
arterial, fraqueza, tontura e desmaio) quando o paciente levantar.
Pós-operatório tardio
- Reforçar que a atividade física é muito importante para os pacientes
submetidos à cirurgia bariátrica, pois a perda de peso será mais rápida;
- Orientar o paciente que evite esforços físicos excessivos nos
primeiros 90 dias.
Caminhadas leves, de curta distância (pela manhã, próximo ao almoço e à
tarde), poderão ser feitas conforme a resistência, progredindo lentamente,
aumentando 01 minuto por dia.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica
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