Nos dias de hoje, ter estresse é normal e até nos ajuda a tomar certas decisões na vida pessoal. Ter um pouco de estresse, pode até ser p...
Nos dias de hoje, ter estresse é
normal e até nos ajuda a tomar certas decisões na vida pessoal. Ter um pouco de
estresse, pode até ser positivo... mas quando chega ao ponto máximo, é
extremamente prejudicial.
Burnout é uma síndrome
psicológica que se desenvolve devido a presença crônica de estresse relacionado
ao trabalho. É composta de três vertentes: a exaustão emocional,
despersonalização e a diminuição de realização profissional. Está mais presente em pessoas que executam
algum tipo de atividade em que é necessário o relacionamento com pessoas de
forma mais direta e próxima.
A síndrome se desenvolve com
maior frequência em profissões em que o
contato e a relação pessoal estão
ligadas a outras pessoas. E como já é conhecido por todos, a enfermagem é a
ciência desempenhada para cuidar do outro.
O termo burnout significa que o
desgaste emocional danifica os aspectos físicos e emocionais da pessoa, pois,
traduzindo do inglês, burn quer dizer queima e out exterior. Embora já se venha
falando sobre o assunto há décadas, no Brasil as discussões em torno da
síndrome tornaram-se mais fortes nos últimos anos.
SINTOMAS
Problemas de relacionamento com
colegas, clientes e chefes, a falta de cooperação entre os colegas de trabalho,
de equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal e também de autonomia são
grandes causadores do nível máximo de estresse.
Os sintomas mais expressivos são:
crescimento da fadiga constante, distúrbios de sono, dores musculares, dores de
cabeça e enxaquecas, problemas gastrointestinais, respiratórios,
cardiovasculares. Em mulheres, as alterações no ciclo menstrual são um sintoma
físico importante. Além desses, existem sintomas psicológicos como: dificuldade
de concentração, lentificação ou alteração do pensamento, sentimentos negativos
sobre o viver, trabalhar e ser, impaciência, irritabilidade, baixa autoestima,
desconfiança, depressão, em alguns casos paranoia.
A partir desses sintomas, o
sujeito acometido pela Síndrome de Burnout desenvolve comportamentos como:
negligência ou perfeccionismo, agressividade nas relações cotidianas, perda da
flexibilidade emocional e da capacidade de relaxar e planejar. Além disso,
tende ao isolamento, à perda de interesse pelo trabalho e outras atividades.
No dia-a-dia, a pessoa fica ainda
arredia, isolada, passa a ser irônica, cínica e a produtividade cai. Muitas
vezes, o profissional acredita que a melhor opção seja tirar férias;
entretanto, quando volta, descansado, retoma a postura anterior.
Causas da Síndrome de Burnout
- Insatisfação e falta de reconhecimento
profissional;
- Longas jornadas de trabalho;
- Número insuficiente de profissionais (sobrecarga
de trabalho);
- Alta exposição do profissional à riscos físicos e
químicos;
- Desgaste provocado pelo constante contato com os
pacientes;
- Sofrimento e a morte;
- conflitos interpessoais;
- Achatamento salarial;
- Alta responsabilidade que a profissão exige;
- Complexidade do cuidado de enfermagem;
- Alta demanda de pacientes;
- Falta de apoio e de motivação;
- Ambiente insalubre.
- Exigência de maior produção
** aumento de produtividade faz com que o
trabalhador despenda mais tempo ao trabalho, e consequentemente se afaste das
atividades como laser, convívio social e familiar. Isso influencia na qualidade
de vida do profissional e afeta sua saúde.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Para detectar a síndrome, deve-se fazer um exame
minucioso e analisar se os problemas enfrentados estão relacionados ao ambiente
de trabalho ou à profissão. O ideal é procurar um especialista no tema e fazer
exames psicológicos. É necessário avaliar se é o ambiente profissional que
causa o estresse ou se são as atitudes da própria pessoa que passam a ser o
estopim.
Existem três focos durante o
tratamento psicoterápico: a relação com a profissão, o ambiente de trabalho e o
trabalho com foco nos sintomas – por exemplo, a dificuldade de concentração.
Junto à terapia, os especialistas
aconselham melhorar a qualidade de vida, prevenir o estresse, garantir boa
saúde física, dormir e alimentar-se bem, praticar atividades físicas e manter
hobbies e interesse pela vida social.
Com relação ao uso de
medicamentos, o tratamento normalmente associa-se a antidepressivos e
ansiolíticos. Este tratamento deve estar vinculado ao acompanhamento
psicológico, que potencializa os efeitos do uso de medicamentos através da
ressignificação e da retomada dos sentidos da história de vida do sujeito. Além
desses, o acompanhamento médico e a alteração de hábitos são dimensões
importantes. O encaminhamento para novas práticas cotidianas como exercícios
físicos e de relaxamento é de extrema importância.