Primeiramente, deve ser feita uma avaliação multidimensional global , ser caracterizado o quadro da pessoa idosa e traçado o plano...
Primeiramente, deve ser feita uma avaliação multidimensional global, ser caracterizado o quadro da pessoa idosa e traçado o plano de cuidados.
- Orientar a família e cuidadores sobre o quadro atual e cuidados necessários.
- Implementar programa de reabilitação, conforme a realidade, para recuperar as habilidades, desbloquear as funções cognitivas comprometidas, estimular a socialização; e do grupo de apoio familiar é de conscientizar quanto aos sintomas da demência fornecendo esclarecimento e discussão de soluções práticas, resgatar a relação paciente/familiar, prevenir doenças dos cuidadores/familiar (grupo de apoio), redução da interdependência, despertar interesses variados, afetividade, orientação para a realidade, estimular a segurança, preparar para complicações e até óbito entre muitos outros objetivo que por fim auxiliam na melhora da qualidade de vida tanto do paciente como do cuidador/ familiares.
- Estabelecer as prioridades do tratamento. Conhecer o incômodo que a doença representa para o idoso. Considere-o ao prescrever.
Sobre prescrições
- Evite sempre que possível tratar sinais e sintomas sem procurar esclarecer a causa, como nos casos de anemia, agitação e confusão mental.
- Um efeito colateral não deve ser tratado com outro medicamento. Isso estabelece o efeito “cascata”: usa-se um remédio para tratar o mal que outro causou, sem resolver o problema que motivou a prescrição.
- O medicamento é realmente necessário? Já foram tentadas medidas não farmacológicas?
- Simplifique a sua receita. Conheça as razões que te levaram a prescrever. Elas ainda são necessárias? Se não for mais, esclareça e retire.
- Antes de iniciar a medicação certifique-se de que é realmente indispensável ou pode ser substituída por tratamento tópico ou medidas para reabilitação física.
- Comece a usar as drogas sempre em doses mais baixas, habitualmente os idosos respondem muito bem a doses consideradas subterapêuticas para o adulto.
- Aumente a dose da medicação gradativamente, de acordo com a resposta e a sensibilidade do paciente.
- Evite o uso de drogas que necessitem de várias tomadas por dia, geralmente não têm boa aceitação e favorecem erros.
- Estabeleça os objetivos do tratamento e o tempo; analise periodicamente a prescrição, revendo a necessidade de modificá-la.
- Informe e esclareça o idoso e familiares sobre os remédios e os possíveis efeitos colaterais.
- Nunca diga ao idoso que deverá tomar um remédio para sempre, podem considerar esta recomendação para todos os medicamentos prescritos, dificultando muitas vezes a retirada de medicação desnecessária bem como o ajuste posológico.
- Estabeleça contato com outros profissionais que estejam cuidando do idoso, evitando o uso de drogas semelhantes e interações medicamentosas.
- Acompanhe sempre o tratamento e peça aos familiares para que te informe acerca do aparecimento de sintomas.
- Peça ao idoso para trazer os medicamentos que está usando – prescritos e não prescritos.
- Pergunte sempre pela medicação para dormir. Medicamentos usados por muito tempo nem sempre são lembrados...
- Altere uma droga de cada vez. Isso facilitará o entendimento de efeitos colaterais e ou benefícios de cada uma.
- Prescreva o medicamento que você conheça bem, de menor custo, de fácil manuseio e posologia mais cômoda.
- Prescrever para uma pessoa jovem é bem diferente de prescrever para um idoso. Um idoso de 60 anos é bem diferente de um idoso de 95... Um idoso de 95 anos sadio, independente é bem diferente de um idoso de 60 anos diabético, coronariopata e sequelado de AVC... Pense nisso antes de lançar mão de medicamentos.
ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO NÃO FARMACOLÓGICA
- Manter ambiente em adequadas condições de vida, livre de obstáculos, boa ventilação e familiar.
- Manter hábito de diálogo e convívio familiar.
- Prover alimentação, hidratação e nutrição equilibradas.
- Acompanhar terapia (psicossocial, física, ocupacional, reabilitação).
Contribuiu com este Artigo:
Guilherme de Andrade Ruela
Graduação em Enfermagem pela Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE). Especialização em Micropolítica da Gestão e Trabalho em Saúde (Universidade Federal Fluminense - UFF); Gestão Microrregional de Saúde (SENAC-MG); Enfermagem do Trabalho (Faculdade Integradas de Jacarepaguá - FIJ); Gestão e Logística Hospitalar e Gestão de Programas Saúde da Família (Faculdade do Noroeste de Minas - FINOM). Aperfeiçoamento em Qualificação de Gestores do SUS; Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa e Impactos da Violência na Saúde (Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca - ENSP/Fiocruz).