A terapia intravenosa é um importante recurso terapêutico, sendo indicada para a maioria dos pacientes hospitalizados, sendo condição ...
A terapia intravenosa é um
importante recurso terapêutico, sendo indicada para a maioria dos pacientes
hospitalizados, sendo condição prioritária para o seu atendimento. E um evento
frequentemente observado é a obstrução dos cateteres venosos devido à formação
de coágulos ou precipitado de fármacos.
Segundo o parecer do COREN-SP, o uso do SF 0,9% para salinização dos cateteres venosos periféricos tem
sido muito recomendado para manutenção da permeabilidade e prevenção de
complicações decorrentes de associação medicamentosa. Apresentando como
vantagem menor custo que a heparinização, além de ser um procedimento mais
simples e de eliminar a possibilidade de incompatibilidade com as drogas e
soluções administradas. Além disso, elimina o risco de alergia, trombocitopenia
e hemorragia.
A heparina interage com a
antitrombina, formando um complexo ternário que inativa várias enzimas da
coagulação, tais como os fatores da coagulação (II, IX e X) e mais
significativamente a trombina. Assim recomenda-se que sua concentração seja a
menor possível para manter a permeabilidade do cateter.
A escolha do método depende das
rotinas das instituições e se for indicado o uso da heparina, recomenda-se que
a concentração não cause anticoagulação sistêmica, aumentando o risco de
hemorragias.
Estudos feitos com base em uma
revisão sistemática com meta análise e uso da solução salina e heparina,
evidenciou não haver diferença na
permeabilidade e prevenção de obstrução de cateteres, com uso de SF 0,9% e heparina em acessos
venosos. Porém nos acessos arteriais o uso da heparina prolonga o tempo de
permeabilidade e redução dos coágulos.
Independente da solução, é
importante exercer uma pressão positiva na hora de injetar a solução e
fechamento rápido do sistema ou uso de dispositivo com válvula antirefluxo na
luz do cateter.
Vale ressaltar que além da infusão intermitente, o
uso de lavagens (flush) em cateteres de infusão contínua também é recomendado,
com o objetivo de manter a permeabilidade do cateter e evitar infecções de
corrente sanguínea relacionada ao cateter através da redução do biofilme.
A prescrição da salinização e heparinização dos
cateteres podem ser feitas pelo enfermeiro, desde que haja previsão no
protocolo institucional, conforme legislação do exercício profissional.
Quanto à execução da Permeabilização do Cateter
Venoso Periférico:
Indicações:
- Antes e após a cada administração de
medicamentos;
- Após a administração de sangue e derivados;
- Quando converter de infusão continua para intermitente;
- A cada 12 horas quando o dispositivo não for
usado
Material Necessário (salinização)
- 01 Par de luvas de procedimento;
- 01 ampola de S.F. 0,9%;
- 01 seringa de 10ml;
- 01 agulha 41X12;
- 02 álcool Swab;
- 01 bandeja;
- Fixador ou Micropore
Técnica:
Realizar a higienização das mãos;
- Separar o material necessário;
- Aspirar a solução fisiológica a 0,9% na seringa
de 10 ml;
- Fazer a desinfecção da via com álcool swab;
- Aspirar o dispositivo para confirmar o fluxo do
cateter;
- Administrar um volume mínimo de ao menos 2 (duas)
vezes o volume da
capacidade do cateter (priming);
- Fazer a desinfecção da via após o procedimento
com álcool swab;
- Fechar a via com oclusor (tampinhas) estéreis
(conector valvulado para manter sistema fechado);
- Desprezar o material utilizado em local
apropriado;
- Realizar a higienização das mãos;
- Realizar checagem e anotações em prontuário.