A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é provocada pela degeneração progressiva no primeiro neurônio motor superior no cérebro e no segu...
A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é provocada pela degeneração progressiva no primeiro neurônio motor superior no cérebro e no segundo neurônio motor inferior na medula espinhal. Esses neurônios são células nervosas especializadas que, ao perderem a capacidade de transmitir os impulsos nervosos, dão origem à doença.
Não se conhece a causa específica para a esclerose lateral amiotrófica. Parece que a utilização excessiva da musculatura favorece o mecanismo de degeneração da via motora, por isso os atletas representam a população de maior risco. Outra causa provável é que dieta rica em glutamato seja responsável pelo aparecimento da doença em pessoas predispostas. Estudos recentes em ratos indicam que a ausência de uma proteína chamada parvalbumina pode estar relacionada com a falência celular característica da ELA, uma doença relativamente rara (são registrados um ou dois casos em cada cem mil pessoas por ano, no mundo), que acomete mais os homens do que as mulheres, a partir dos 45/50 anos.
O principal sintoma é a fraqueza muscular, acompanhada de endurecimento dos músculos (esclerose), inicialmente num dos lados do corpo (lateral) e atrofia muscular (amiotrófica), mas existem outros: cãibras, tremor muscular, reflexos vivos, espasmos e perda da sensibilidade. Como a doença é de difícil diagnóstico, em grande parte dos casos, o paciente passa por quatro, cinco médicos num ano, antes de fechar o diagnóstico e iniciar o tratamento.
Não se sabe, porém, é quando a medicina chegará à cura. Hoje, trata-se a doença com intervenções que pretendem diminuir o desconforto do paciente. Nessa direção há, por exemplo, fisioterapias, uma vez que sem elas o corpo definha ainda mais rapidamente. No campo dos remédios, existe uma substância que tenta proteger os neurônios, o riluzol. O tratamento é multidisciplinar sob a supervisão de um médico e requer acompanhamento de fonoaudiólogos, fisioterapeutas e nutricionistas.
Para o futuro, a grande esperança são as pesquisas com células-tronco, estruturas versáteis capazes de se transformar em qualquer tecido do corpo. A ideia é usá-las para criar neurônios motores e implantá-los no lugar dos que estão “apagando”.
Recomendações
Nunca subestime qualquer sintoma, procure sempre assistência médica o mais rápido possível, pois, o diagnóstico e o início precoce do tratamento são dois requisitos fundamentais para retardar a evolução da doença.
Embora a ELA seja uma doença degenerativa irreversível, não há como fazer prognósticos. Em alguns casos, a pessoa vive muitos anos e bem. A relação do paciente com a equipe médica e familiares é sempre muito rica. Com animo, fica mais fácil procurar alternativas para enfrentar as dificuldades do dia a dia.
Fontes: Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (Abrela); Manuais de Exercícios Domiciliares para Pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica (Ed. Manole: 2001); Cristina Salvioni, nutricionista do ambulatório de ELA da Unifesp; Simone Gonçalves, fisioterapeuta respiratória do ambulatório de ELA da Unifesp; Acary Souza Bulle Oliveira, médico responsável pelo setor de investigação em doenças neuromusculares da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); Francisco Rotta, médico especialista em neurofisiologia clínica e neurologia