Pesquisadores do Hospital da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, publicaram no início de dezembro no periódico The New England Jour...
Pesquisadores do Hospital da
Universidade de Copenhague, na Dinamarca, publicaram no início de dezembro no
periódico The New England Journal of Medicine resultado de pesquisa que reascendeu
o debate sobre os riscos do contraceptivo hormonal, pois mostrou que o anticoncepcional aumenta em cerca de 20% as chances
de câncer de mama.
A pesquisa contou com o acompanhamento de 1,8 milhão de mulheres dinamarquesas com idade entre 15 e 49 anos que não tinham câncer, coágulos nas veias, nem tivessem feito tratamento para infertilidade. As mulheres foram acompanhadas por cerca de 11 anos. O estudo revelou que quanto mais tempo os produtos forem usados, maior o risco de desenvolver a doença.
A pesquisa contou com o acompanhamento de 1,8 milhão de mulheres dinamarquesas com idade entre 15 e 49 anos que não tinham câncer, coágulos nas veias, nem tivessem feito tratamento para infertilidade. As mulheres foram acompanhadas por cerca de 11 anos. O estudo revelou que quanto mais tempo os produtos forem usados, maior o risco de desenvolver a doença.
Resultados
De acordo com os resultados, o
uso de pelo menos por um ano de anticoncepcionais baseados em hormônios – sob a
forma de pílula, implante, adesivo, DIU ou anel vaginal- elevou em 9% o risco.
Contudo, com 10 anos de uso, o risco subiu para 38%.
Os pesquisadores concluíram que o
risco continua aumentado mesmo após a descontinuação do uso do medicamento em
mulheres que utilizaram o produto de forma contínua por mais de cinco anos. Por
outro lado, naquelas que usaram contraceptivos hormonais por períodos curtos, o
risco desapareceu rapidamente após a descontinuação.
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“Há muitas coisas a ter em conta
ao decidir que tipo de contracepção usar. A contracepção em si é um benefício,
é claro, mas este estudo indica que vale a pena considerar uma alternativa à
contracepção hormonal, como o dispositivo intrauterino de cobre ou métodos de
barreira, como preservativos”, disse Lina Morch, principal pesquisadora do
estudo, à Reuters.
“Não há necessidade de entrar em
pânico com base nesses resultados. Não queremos que as mulheres deixem a
contracepção sem ter algo diferente para recorrer. E existem alternativas”,
afirma Morch.
Outros fatores também devem ser
considerados, como a idade e o histórico familiar. O estudo considerou gravidez
e riscos herdados geneticamente, mas fatores como atividade física, amamentação
e consumo de álcool, por exemplo, ficaram de fora. E estes, também aumentam o risco do câncer de
mama.
Em um editorial sobre o estudo,
David Hunter, professor de epidemiologia e medicina na Universidade de Oxford,
na Inglaterra, afirmou que “a busca de um anticoncepcional oral que não eleva o
risco de câncer de mama precisa continuar”. De acordo com ele, apesar do aumento
de 20% do risco entre mulheres, as taxas de incidência de câncer de mama entre
as mais jovens são muito baixas.
Segundo ele, em mulheres com
menos de 35 anos, tomar um contraceptivo hormonal por menos de um ano adicionou
apenas um novo caso de câncer de mama para cada 50.000 mulheres, ou seja, isso
é muito raro.
Ele acrescenta que a influência
de um longo histórico usando esse tipo de contracepção também parece se tornar
menos significativa nas mulheres na pós-menopausa – com idade entre 50 e 70 anos – quando o risco de
obter a doença aumenta significativamente.
Hunter ainda finaliza que: “além
do fato de que eles fornecem um meio eficaz de contracepção e beneficiam
mulheres com cólicas menstruais ou sangramentos anormais, o uso de
contraceptivos orais está associado a reduções substanciais nos riscos de
câncer de ovário, endométrio e colorretal mais tarde na vida. Na verdade,
alguns cálculos sugerem que o efeito líquido do uso de anticoncepcionais orais
por 5 anos ou mais é uma ligeira redução no risco total de câncer.”
Fonte das informações: Uol e Veja