A punção venosa é um procedimento que se caracteriza pela colocação de um dispositivo no interior do vaso venoso periférico, podendo ...
A punção venosa é um procedimento que se caracteriza pela colocação de um dispositivo no interior do vaso venoso periférico, podendo ou não ser fixado à pele, e que requer cuidados e controle periódico, em caso de sua permanência.
É uma das atividades freqüentemente executada pelos profissionais de saúde, em especial os trabalhadores de enfermagem. A competência técnica para execução desse procedimento exige conhecimentos oriundos da anatomia, fisiologia, microbiologia, farmacologia, psicologia, dentre outros e destreza manual.
A importância de profissionais com competência técnico-científica para o desenvolvimento desse procedimento justificam-se, pois, mais de 50% dos pacientes hospitalizados, durante sua internação, têm em algum momento um cateter intravascular, seja ele periférico, central ou arterial.
Procedimento de punção periférica
- Conferir as prescrições médica e de enfermagem, a indicação de realização do procedimento.
- Levar a bandeja para o quarto do paciente e coloque-a na mesa auxiliar.
- Conectar o equipo ao frasco de solução e retirar o ar do sistema.
- Explicar o procedimento ao paciente.
- Lavagem das mãos;
- Calçar as luvas de procedimento
- Escolher o local de acesso venoso, exponha a área de aplicação e verificar as condições das veias.
- Garrotear o local a ser puncionado (Aplicar o garrote 15 a 20cm acima do local da punção venosa), a fim de propiciar a dilatação da veia.
- Fazer antissepsia do local com algodão embebido em álcool 70%, em movimentos circulares, do centro para as extremidades.
- Manter o algodão seco ao alcance das mãos.
- Tracionar a pele para baixo, com o polegar, abaixo do local a ser puncionado.
- Introduzir o cateter venoso na pele, com o bisel voltado para cima, a um ângulo aproximadamente de 30 a 45º.
- Uma vez introduzido na pele, direcionar o cateter e introduza-o na veia.
- Abrir o cateter e observe o refluxo sanguíneo em seu interior.
- Soltar o garrote.
- Conectar a torneirinha ou tubo extensor ou o tubo em Y (polifix) ao equipo do sistema de infusão.
- Conectar o sistema ao cateter venoso.
- Iniciar a infusão, no tempo e à velocidade recomendada (prescrita). Calculo de gotejamento.
Para administração de medicamento
- Conectar a seringa que contém o medicamento ao cateter venoso.
- Iniciar a infusão, no tempo e à velocidade recomendados.
- Observe se há sinais de infiltração, extravasamento do líquido infundido ou hematoma no local da punção, além de queixas de dor ou desconforto.
- Fixar o dispositivo com esparadrapo ou adesivo hipoalergênico.
- Orientar o paciente sobre os cuidados para manutenção do cateter.
- Recolher o material e encaminhe os resíduos para o expurgo.
- Descartar o material perfuro cortante em recipiente adequado.
- Retirar as luvas de procedimento.
- Lavar as mãos.
- Fazer as anotações de enfermagem quanto à punção, em impresso próprio, especificando o local da punção e o cateter utilizado.
- Os locais preferidos para a punção venosa periférica são as veias cefálica e basílica no antebraço; os locais que devem ser evitados são as veias da perna e do pé, por causa do maior risco de tromboflebite e infecção. As veias antecubitais podem ser utilizadas se não existir outro acesso venoso disponível.
- As venopunções subsequentes não devem ser realizadas proximalmente a uma veia previamente utilizada, ou lesionada.
- Ao perfurar a veia deve-se inserir o cateter por método direto (diretamente sobre a veia) para agulha de pequeno calibre, veias frágeis e ou tortas, além de veias com risco aumentado de hematoma. O método indireto (na pele ao longo do lado da veia inserindo o cateter em seu ponto distal) pode ser usado em todas as punções.
- Pode-se proteger a área do garroteamento com gaze não estéril ou tecido fino (ex. manga da camisola) para proteção da pele frágil em pacientes pediátricos e idosos ou com excesso de pelos.
- Os últimos estudos científicos preconizam o uso de coberturas estéreis com membrana transparente semipermeável, quando não possível indica-se o uso do micropore ou esparadrapo.
- Quando utilizada cobertura não impermeável deve-se proteger o sítio de inserção do cateter com plástico durante o banho.
- Deve-se escolher um local de punção que não interfira nas atividades diárias do paciente ou procedimentos planejados, como exemplo preservar o membro com plegia para a realização da fisioterapia motora em pacientes hemiplégicos.
- O uso de cateter com agulha de aço (scalp) deve ser limitado à administração de dose única e coleta de amostra de sangue para análise clínica.
- Quando utilizado o cateter com agulha de aço não é necessário do uso de polifix
- De acordo com recomendações da ANVISA (2010) deve-se trocar o dispositivo em até 96 horas.
- O cateter periférico na suspeita de contaminação, complicações, mau funcionamento ou descontinuidade da terapia deve ser retirado.
- Em pacientes neonatais e pediátricos os cateteres não devem ser trocados rotineiramente e devem permanecer até completar a terapia intravenosa, a menos que indicado clinicamente (flebite ou infiltração).
- Sempre que possível, indica-se cateteres periféricos providos de sistema de segurança para prevenir acidentes.
- Durante a escolha da veia, não faça uso de uso de fricção vigorosa ou de múltiplas “batidinhas” para dilatar a veia. Isto pode causar hematoma e/ou constrição venosa, especialmente em idosos.
- Para promover a distensão venosa pode-se massagear a extremidade da região distal para a proximal (abaixo do local proposto para a punção venosa) e aplicar aquecimento à extremidade por alguns minutos (compressa morna).
- Deve-se monitorar diariamente o acesso venoso periférico, a fim de avaliar a presença de infecção no sítio de inserção do cateter.