O principal parâmetro para avaliação das funções vitais são os sinais vitais, que podem orientar diagnósticos e acompanhar a evolução d...
O principal parâmetro para avaliação das funções
vitais são os sinais vitais, que podem orientar diagnósticos e acompanhar a
evolução do quadro clínico do paciente.
As alterações na função corporal que podem indicar
enfermidade geralmente se refletem na temperatura corporal, na pulsação, na
respiração e na pressão arterial.
Devem-se considerar as seguintes condições para
obtenção dos sinais vitais:
- Condições ambientais, tais como temperatura e
umidade no local, que podem causar variações nos valores;
- Condições pessoais, como exercício físico
recente, tensão emocional e alimentação, que também podem causar variações nos
valores;
- Condições do equipamento, que devem ser
apropriados e calibrados regularmente. O socorrista deve estar atento, pois o
uso de equipamentos inapropriados ou descalibrado podem resultar em valores
falsos.
Faixa Etária – Idades
Primeira Infância: (0 a 2 anos)
- Recém-nascido: 0 a 28 dias
- Lactente: 29 dias a 2 anos
Segunda Infância: (2 a 10 anos)
- Pré -
escolar: 2 a 7 anos
- Escolar: 7
a 10 anos
Terceira Infância:
- Adolescência:
10 a 20 anos
TEMPERATURA
A temperatura corporal é o equilíbrio entre a
produção e a perda de calor do organismo, mediado pelo centro termo -
regulador. Pode ser verificada na região axilar, inguinal, bucal ou retal. A
axilar é a mais comumente verificada (embora menos fidedigna) e o seu valor
normal varia no adulto entre 36 e 37,8o C.
Atenção durante a verificação
- Sempre que possível obter a temperatura com a
criança calma, em repouso pelo menos meia hora antes.
- O local da verificação da temperatura deve estar
seco e o termômetro livre de solução desinfetante.
- Desde que a criança compreenda, explicar o
procedimento e fazê-la conhecer o equipamento.
- Os locais onde se verifica a temperatura não
devem estar expostos à ação do calor ou frio.
- Nunca deixar o lactente e pré-escolar sozinho com
termômetro.
Locais
- Axila
Vantagem: Acesso fácil e seguro; Pouco risco
de traumatismo psicológico
Desvantagens: Influenciado facilmente por
temperatura ambiente e fluxo de ar. Período de tempo grande para obtenção do
resultado exato.
- Reto
Vantagens: Não é diretamente influenciado
pela Ingestão de líquidos quentes ou frios, temperatura ambiente, etc. Fidedignidade
dos resultados; Menos tempo de verificação que os outros métodos.
Desvantagens: Contra indicado em pacientes
com diarréia, doenças do reto e submetidos a cirurgias retais; Risco de
traumatismo psicológico; Risco de danos à mucosa retal; Difícil colocação; Estimula
a evacuação.
- Boca
Vantagens: Fácil acesso; Fácil colocação; Leitura
em menor tempo que a temperatura axilar.
Desvantagens: Não pode ser usado em crianças
pequenas pelo risco de morder e quebrar o termômetro; Contra indicado em
afecções ou cirurgias orais; Sofre interferência de vários fatores, como:
Ingestão de líquidos quentes e frios, oxigenoterapia, etc.
Valor normal
temperatura
Oral: 35,80c a 37,20c
Retal: 36,20c a 380c
Axilar: 35,90c a 36,70c
Terminologia
básica
- Normotermia (Afebril): 36ºC – 37 ºC
- Hipotermia: abaixo de 36°C
- Subfebril: 37 ºC – 37,5 ºC
- Febril: 37,6 ºC – 37,8 ºC
- Febre: 37,9 ºC – 39 ºC
- Hipertermia (Pirexia): 39,1 ºC – 40 ºC
- Hiperpirexia: acima de 40,5°C
PULSO
Trata-se da onda de expansão e contração das
artérias, resultante dos batimentos cardíacos. Na palpação do pulso,
verifica-se frequência, ritmo e tensão. O número de pulsações normais no adulto
é de aproximadamente 60 a 80 batimentos por minuto.
As artérias mais comumente utilizadas para
verificar o pulso: radial, carótida, temporal, femoral, poplítea, pediosa.
Características
- Frequência: número de batimentos por
minuto. (frequência varia de acordo com sexo, esforço, biótipo, emoções, choro,
sono).
- Ritmo: normal e arrítmico.
- Força da batida: cheia e forte, fracas.
Atenção
durante a verificação
- Não usar o polegar para verificar o pulso, pois a
própria pulsação pode ser confundida com a pulsação do paciente;
- Aquecer as mãos para verificar o pulso
(friccionar uma na outra);
- Em caso de dúvida, repetir a contagem;
- Não fazer pressão forte sobre a artéria, pois
isso pode impedir de sentir os batimentos do pulso.
Métodos para
verificação do pulso
- Por
palpação: artéria femoral, temporal, pediosa.
- Nas
crianças maiores: artéria braquial, radial, carótida, temporal, femoral,
pediosa.
- Ausculta do pulso apical: método utilizado
frequentemente em lactentes, pois é difícil a verificação de pulso por
palpação. O estetoscópio deve ser colocado entre o mamilo esquerdo e o externo,
e a frequência verificada durante 60 segundos. Observar se o aparelho esta frio,
para que a criança não se assuste estimulando o choro e alternando os dados.
Termologia
básica
- Taquicardia ou taquisfigmia: pulso acima
da faixa normal (acelerado).
- Bradicardia ou bradisfigmia: pulso abaixo
da faixa normal (frequência cardíaca baixa).
- Pulso filiforme, fraco, débil: termos que
indicam redução da força ou volume do pulso periférico.
- Pulso irregular: os intervalos entre os batimentos
são desiguais.
- Pulso dicrótico: dá a impressão de 2
batimentos.
Frequência
Cardíaca e Respiratória
IDADE
FC (bpm) FR (irpm)
RN
120 – 160 30 – 60
Lactente
90 – 140 24 – 40
Pré-escolar
80 – 110 22 – 34
Escolar
75 – 100 18 – 30
Adolescente
60 – 90 12 – 16
RESPIRAÇÃO
É o ato de inspirar e expirar promovendo a troca de
gases entre o organismo e o ambiente. A frequência respiratória normal do
adulto oscila entre 16 a 20 respirações por minuto. Em geral, a proporção entre
frequência respiratória e ritmo de pulso é aproximadamente de 1: 4. Ex: R=20 /
P=80.
No lactente,
e, sobretudo no recém-nascido prematuro
os movimentos respiratórios podem ser irregulares, arrítmicos, intermitentes e
ainda com alternância da profundidade. Devido a este fato deve-se contar os
movimentos por 1 minuto para que haja
precisão.
Características
- Tipo: abdominal ou diafragmática,
torácica.
- Ritmo: irregular e regular.
- Frequência: normal ou eupineica,
bradipneica e taquipneica.
Atenção
durante a verificação
- Verificar a respiração durante 1 minuto nos
lactentes e pré–escolar e 30 segundo nos escolares.
- Verificar a respiração antes dos outros SSVV em
decorrência das alterações provocadas pelo choro.
- Observar dificuldade respiratória, presença de
secreção.
- Efetuar o registro das condições respiratórias,
anotando as condições da criança durante a verificação.
Termologia básica
- Taquipnéia: aumento da respiração acima do
normal
- Bradipnéia: diminuição do número de
movimentos respiratórios.
- Apnéia: parada respiratória. Pode ser
instantânea ou transitória, prolongada, intermitente ou definitiva.
- Ortopnéia: respiração facilitada em
posição vertical.
- Dispnéia: dor ou dificuldade ao respirar
(falta de ar).
- Respiração ruidosa, estertorosa:
respiração com ruídos semelhantes a "cachoeira".
- Respiração sibilante: com sons que se
assemelham a assovios.
- Respiração de Cheyne-Stokes: respiração em
ciclos, que aumenta e diminui, com período de apnéia.
- Respiração de Kussmaul: inspiração
profunda, seguida de apnéia e expiração suspirante. Característica de acidose
metabólica (diabética) e coma.
PRESSÃO ARTERIAL
É a aferição da pressão exercida pelo sangue nas
paredes das artérias. A pressão arterial (PA) depende da força de contração do
coração, da quantidade de sangue circulante e da resistência dos vasos.
Ao aferir a PA consideramos a pressão máxima ou
sistólica que resulta da contração dos ventrículos para ejetar o sangue nas
grandes artérias e a pressão mais baixa ou diastólica, que ocorre assim que o
coração relaxa.
A pulsação ventricular ocorre em intervalos
regulares. A PA é medida em mmHg.
Termologia
básica
- Hipertensão: PA acima da média (mais de
140/90).
- Hipotensão: PA inferior a média (menos de
100/60).
- PA convergente: quando a sistólica e a
diastólica se aproximam ( Ex: 120/100).
- PA divergente: quando a sistólica e a
diastólica se afastam ( Ex: 120/40).
Atenção
durante a verificação
- A pressão arterial deve ser aferida quando a
criança estiver descansando e em uma posição confortável e tranquila. O
processo deve ser antes explicado à criança.
- Se
necessário repetir a aferição: aliviar totalmente a pressão, desinsulflando o
aparelho. Aguardar 3 minutos para nova verificação, já que as alterações
circulatórias locais alteram os resultados.
Métodos de verificação da pressão arterial:
Método auscultatório, palpatório e ausculto - palpatório.
Locais para medição da P.A em pediatria:
artéria braquial, radial, poplítea e tibial posterior.
Média dos
Valores da Pressão Arterial