Diverticulite
Divertículos são pequenas bolsas ou saculações, semelhantes a um dedo de luva, que se formam basicamente na parede do intestino grosso (colón), isso porque, os divertículos podem ser formados em qualquer parte do trato digestivo, como esôfago, estomago e intestino delgado, mas são mais comuns nessa região.
A presença de vários divertículos é chamada de diverticulose. Os divertículos são bastante comuns e sua presença é inofensiva, a não ser que inflamem ou infeccionem, neste caso o quadro é chamado de diverticulite. A Diverticulose e diverticulite também são chamados de doença diverticular.
Causas da diverticulite
A diverticulose ou doença diverticular, tem como causa principal a falta de fibras na dieta alimentar, ou seja, uma dieta rica em gorduras e pobre em fibras, pode causar constipação e o endurecimento das fezes, demandando esforço além do normal para passar pelo reto, movimento que aumenta a pressão no cólon ou nos intestinos e pode causar a formação dessas bolsas.
Outros fatores que influenciam são obesidade, sedentarismo, tabagismo, fatores genéticos e a idade. Com o passar dos anos, a musculatura lisa do cólon vai perdendo a elasticidade e podem formar-se pequenas hérnias ou divertículos. Em geral, eles aparecem depois dos 50 anos. Quando há obstrução de algum divertículo por restos fecais e bactérias, inicia-se um processo inflamatório e/ou infeccioso, ou seja, a diverticulite.
Sintomas da diverticulite
Os sintomas da diverticulite geralmente aparecem subitamente e podem piorar em poucos dias. São eles:
- Dor abdominal, geralmente na parte inferior esquerda do abdômen;
- Inchaço ou gases;
- Febre e calafrios;
- Náusea e vômito;
- Falta de apetite;
- Sangue nas fezes.
Uma das complicações possíveis da diverticulite é a perfuração do divertículo inflamado levando ao contato do conteúdo intestinal (fezes) com a cavidade peritoneal, o que causa uma intensa peritonite. A formação de um abscesso dentro do divertículo, também é um quadro de difícil tratamento e que eleva o risco de rotura do divertículo.
Pessoas com diverticulose geralmente não apresentam sintomas, mas podem sentir inchaço e cólicas na parte inferior do abdômen. Raramente, elas notam sangue nas fezes ou no papel higiênico.
Diagnóstico da diverticulite
Divertículos assintomáticos costumam ser descobertos em exames radiológicos ou endoscópicos de rotina. Quando há suspeitas de diverticulite, o exame mais efetivo é a tomografia computadorizada (TC) do abdômen. Nestes casos, a colonoscopia costuma ser feito somente após a resolução da inflamação para posterior avaliação e quantificação dos divertículos. Durante a fase aguda da diverticulite, há o temor de que procedimentos endoscópicos possam piorar a diverticulite e facilitar perfurações das áreas inflamadas.
A tomografia é capaz de diagnosticar não só a diverticulite como também abscessos e fístulas, caso estejam presentes. A ultrassonografia pode também ser usada como primeiro exame, antes da TC, pela facilidade e comodidade do procedimento.
Tratamento da diverticulite
Para pacientes com diverticulose que não apresentam sintomas, indica-se apenas alterações na dieta, aumentando o consumo de fibras visando um aumento no volume das fezes o que teoricamente diminuiria o risco de obstrução dos divertículos e preveniria a formação de novas lesões.
A diverticulite leve pode ser tratada em casa com antibióticos, repouso e dieta restrita a líquidos. Já em casos graves com febre alta, intensa dor abdominal e incapacidade de ingerir alimentos, é necessária a hospitalização e o uso de antibióticos por via venosa. Quando não há resposta ao tratamento clínico ou surge complicações como perfurações e peritonite, indica-se cirurgia para lavagem do peritônio e remoção da área doente do cólon. Normalmente é preciso manter uma colostomia por alguns meses para deixar o intestino cicatrizar.
Divertículo inflamado