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Desafios emocionais enfrentados pelo profissional de Enfermagem frente a dor de seus pacientes

No desenvolvimento de suas atividades, os profissionais de enfermagem devem estar preparados para cuidar de pessoas com comprometim...


No desenvolvimento de suas atividades, os profissionais de enfermagem devem estar preparados para cuidar de pessoas com comprometimentos emocionais, psicológicos e sociais, assim como auxiliar na adaptação de suas limitações. Percebemos uma grande vulnerabilidade emocional dos profissionais de enfermagem em vivenciar tais situações. 

Muitas vezes o despreparo emocional, evidencia o medo de expor suas emoções e sentimentos ou suportar a situação de estresse frente à morte. No entanto questiona-se, de que forma podemos auxiliar este profissional a ganhar segurança neste trato, capacitando-o a prestar assistência ao paciente com vistas, ou não, à sua melhora e retorno ao convívio social e familiar. Preparando-o para estar emocionalmente forte para acompanhar a sua morte, sem causar um sentimento de culpa, impotência e frustração, sendo percebido como doloroso, e uma sensação de dever não cumprido, ou seja, uma falha na assistência prestada.  

Importante trabalhar as emoções para facilitar o enfrentamento do outro que está próximo ao fim da vida, preconizando sempre o cuidado humanizado, necessitando compreender a morte como parte do ciclo vital e repensar o cuidar/ cuidado como essência da enfermagem.  

Temos grandes resultados quando estes profissionais conseguem expor suas insatisfações, angústias e medos, explorando seus sentimentos, através de terapias, catarses e acompanhamento psicoterápico. O sofrimento, sentimento de impotência e a tristeza são sensações que mais aparecem ao longo dos tratamentos. Além da depressão e ansiedade excessivas, com alto nível de estresse. Fica evidente que esses profissionais procuram refúgio nas suas crenças e valores para suportar um trabalho que lhes impõe tantas cargas. É natural que muitos entendam a morte como um acontecimento corriqueiro em seu processo de trabalho, mas que deve ser evitado.

Importante também trabalhar o desenvolvimento em habilidades interpessoais, imprescindíveis para o cuidado humano. A morte precisa ser encarada por todos como sendo parte inalienável da vida e não um desafio a ser sempre vencido. Evitando-se assim, o desgaste emocional por estar envolvido no conflito de que ele sempre foi preparado para manter e recuperar a vida, restaurando a saúde a qualquer custo. Desta forma quando isso não é possível, ou seja, o paciente vai a óbito, estes profissionais sentem-se despreparados e vivenciam sentimentos de frustração e fracasso, pois mesmo que tenham utilizados de métodos e recursos, não foram capazes de salvar a vida do paciente. 

Portanto, a morte do paciente não deve ser sinônimo de fracasso para o profissional de enfermagem. Ela não pode ser vista como uma doença e por isso não deve ser tratada como tal, os profissionais devem compreender como um processo natural e o paciente deve ser considerado como um ser social, com crenças e valores próprios. A morte deve ser entendida como alivio e descanso para o paciente. Mas na tentativa de se acostumar com a morte, os profissionais de enfermagem sentem dificuldade em presenciá-la, mesmo que a considerem como um acontecimento normal, pois, ao vivenciarem a morte do paciente, experimentam o medo da própria morte. Quanto maior for o vínculo afetivo entre o profissional e o paciente, maior será o grau de sofrimento e tristeza no momento da morte. O vínculo afetivo normalmente está relacionado ao tempo de permanência do paciente no hospital/ clínica ou as recorrentes internações. 



Existem mecanismos de defesa naturais em nós, que fazem com que tentemos evitar nosso próprio sofrimento. São eles, a negação e evasão, ou seja, evitamos falar sobre a morte, pois sofremos diante da dor paciente no processo de morte. 

Enfim, necessário que este profissional se permita viver os sentimentos que envolvem o luto, tendo um outro olhar sobre a morte, encarando-a como um processo natural da vida o qual todos os seres humanos passarão. A perda e a tristeza podem permanecer, mas, essa experiência os ajudará a lidar e atuar nas situações de morte com mais humanização, oferecendo conforto para os pacientes e familiares. O profissional da enfermagem tem que levar em conta que ele não é o “salvador da vida”, mas sim o facilitador na diminuição do sofrimento deste paciente, prestando todos os cuidados necessários a este pronto restabelecimento, mas sabendo identificar quando a cura foge aos cuidados da equipe de saúde. Nesses casos resta somente proporcionar os cuidados paliativos, seguindo o princípio da assistência humanizada, tornando o processo de terminalidade humano, menos doloroso, tanto para o paciente quanto para seus familiares. Emocionalmente, devemos estar sempre firmes e fortalecidos, porque como cuidar das feridas emocionais do outro se as minhas estão expostas? Imprescindível trabalhar nossas questões psíquicas para encarar estes momentos dolorosos com um olhar mais humanizado e consciente do processo de cura e/ou finitude. Assim, conseguiremos aceitar a morte de forma tranquila, pois faz parte do ciclo da vida, observando o paciente terminal na sua totalidade, como um ser que precisa não somente dos aparelhos e drogas para se manter vivo, mais em essencial de cuidados que proporcionem conforto para o corpo e para a alma.

Contribuiu com este Artigo:


Andréa Ladislau
Doutora em Psicanálise. Membro da Academia Fluminense de Letras. Administradora e Gestora Hospitalar. Palestrante e consultora de Gestão em Saúde. Graduada em Letras pela PUC BH. Psicopedagoga. Membro do Conselho de Comissão ética e acompanhamento dos profissionais Psicanalistas. Apresentadora do Programa Bem Estar e Saúde em Foco da radio Web Felizcidadefm. Colunista da Folha de Niteroi.
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Enfermagem: Desafios emocionais enfrentados pelo profissional de Enfermagem frente a dor de seus pacientes
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