O enfermeiro, muitas vezes, é o profissional de saúde que mantém contato por maior tempo com o seu paciente, e isso imediatamente propi...
O enfermeiro, muitas vezes, é o profissional de saúde que mantém contato por maior tempo com o seu paciente, e isso imediatamente propicia a criação de um vínculo.
Além disso, a enfermagem costuma ser o primeiro “acesso” da população, principalmente quando se pensa em Unidade Básica de Saúde.
Estes dois fatores propiciam maior diálogo e contato entre profissional e paciente, o que torna possível a percepção de distúrbios e sintomas relacionados à saúde mental.
Mas, como o enfermeiro pode perceber e/ou interferir diante destas situações? Conheça alguns tópicos importantes acerca do assunto!
Percepção dos sintomas
Embora os pacientes possam se apresentar nervosos e/ou ansiosos por conta de suas queixas físicas, é muito comum que os enfermeiros se deparem com sintomas alarmantes para a saúde mental.
Dentre eles, pode-se falar na ideação suicida, sentimentos que remetam a ansiedade e depressão, abuso de substâncias, e outros.
Além disso, é muito frequente que o enfermeiro realize uma abordagem psicossocial, a qual poderá apontar para problemas familiares, financeiros e/ou relacionados ao ambiente de trabalho – os quais também podem ser desencadeantes para as doenças da mente.
Abordagem holística
A medicina centrada na pessoa, bem como a valorização do atendimento humanizado, devem valorizar os sentimentos e todo o entorno do indivíduo.
Neste sentido, a saúde mental pode dar indícios de que haja algo de errado nas demais esferas da vida, como trabalho, família, relacionamentos afetivos, finanças, e muito mais.
Por exemplo, uma mulher pode buscar ajuda em um serviço de saúde por queixa de dor de cabeça. Quando abordada de forma isolada, esta poderá ser tratada com paracetamol. Se melhor investigada, o profissional poderá descobrir que o sintoma decorre de uma agressão verbal que esta tem sofrido em seu lar.
Esta é apenas uma forma de ilustrar a importância de compreender o paciente como um todo!
Estímulo ao autocuidado
O profissional da enfermagem deve estimular o paciente em seu autocuidado e busca por ajuda. A valorização dos sentimentos do indivíduo também é um ponto que deve ser reforçado, afinal, só assim será possível que ele se reconheça em sua doença.
Além disso, o enfermeiro pode estimular a prevenção de doenças mentais, como:
- Orientando a prática de atividades físicas;
- Desestimulando o consumo (e principalmente abuso) de drogas;
- Estimulando a autoestima e seu desenvolvimento;
- Informando sobre a importância de uma alimentação saudável;
- Explicando os prejuízos que o estresse emocional poderá ter sobre a mente;
E muito mais!
Percepção de risco
Embora a ideação suicida já tenha sido abordada, vale lembrar que esta não é a única situação de risco quando se fala em doença mental. De uma forma geral, todos os pacientes estão fragilizados, embora isso ocorra em variados graus.
Portanto, cabe ao enfermeiro não apenas estar alerta para os sintomas, como também reconhecer quando a vida do paciente ou de terceiros estiver em risco.
Contato com a equipe
Quando perceber situações que lhe tragam preocupação, o enfermeiro deverá entrar em contato com a equipe, e através deste diálogo entre profissionais, as melhores estratégias deverão ser tomadas.
Geralmente, deve-se buscar por um psicólogo ou mesmo médico, sendo que ambos poderão direcionar este paciente para seu tratamento específico.
E claro, deve-se lembrar de registrar todo o atendimento em prontuário – mesmo que este seja a triagem do serviço.
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