Enfermeira realizando punção venosa com técnica segura e eficaz
A punção venosa e o acesso central são procedimentos fundamentais na prática da enfermagem, essenciais para a administração de terapias intravenosas, coleta de exames e monitoramento hemodinâmico.
A execução correta dessas técnicas é vital para garantir a segurança do paciente e a eficácia do tratamento. Este guia prático visa fornecer informações atualizadas e baseadas em evidências para profissionais de enfermagem, abordando desde as indicações e técnicas até as regulamentações estabelecidas pelos conselhos de enfermagem.
Ao compreender e aplicar corretamente esses procedimentos, os profissionais poderão aprimorar a qualidade do cuidado prestado e minimizar riscos associados.
O que é Punção Venosa?
A punção venosa é o procedimento de inserção de um cateter em uma veia periférica para administração de medicamentos, fluidos ou coleta de sangue. É uma habilidade essencial para técnicos, auxiliares e enfermeiros, exigindo conhecimento anatômico, técnica asséptica e avaliação adequada do paciente.
Técnicas de Punção Venosa
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Seleção do local: Considerar veias de fácil acesso, evitando áreas com sinais de infecção ou lesão.
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Preparação do paciente: Explicar o procedimento, posicionar adequadamente e aplicar técnicas de dilatação venosa, como uso de compressas mornas.
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Antissepsia: Utilizar solução de clorexidina alcoólica a 2% ou álcool 70%, friccionando por pelo menos 30 segundos.
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Inserção do cateter: Realizar a punção com técnica estéril, escolhendo o calibre adequado ao tipo de terapia.
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Fixação e monitoramento: Fixar o cateter com curativo estéril e monitorar sinais de complicações, como flebite ou infiltração.
Acesso Venoso Central: Indicações e Cuidados
O acesso venoso central é indicado quando a terapia intravenosa requer administração de substâncias irritantes, monitoramento hemodinâmico ou quando não há acesso periférico disponível. Os principais tipos incluem o cateter venoso central (CVC) e o cateter central de inserção periférica (PICC).
Indicações
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Administração de quimioterápicos, nutrição parenteral ou medicamentos vesicantes.
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Monitoramento da pressão venosa central.
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Acesso venoso de longa duração.
Cuidados Específicos
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Avaliação prévia: Realizar avaliação clínica e exames de imagem, se necessário, para escolha do local de inserção.
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Técnica asséptica rigorosa: Uso de barreiras estéreis completas durante a inserção.
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Manutenção do cateter: Troca de curativos conforme protocolo institucional e monitoramento de sinais de infecção.
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Documentação: Registrar data, hora, local de inserção, tipo de cateter e condições do paciente.
Regulamentações e Competências Profissionais
De acordo com a Resolução COFEN nº 388/2011, a inserção de cateteres centrais é um procedimento privativo do enfermeiro, exigindo capacitação específica e comprovação de competência técnica. A punção venosa periférica pode ser realizada por técnicos e auxiliares de enfermagem, desde que sob supervisão e conforme protocolos institucionais.
O COREN-SP, em seu Parecer nº 007/2023, destaca a importância da avaliação da rede venosa pelo enfermeiro, especialmente em casos de difícil acesso, utilizando escalas como a VIA (Venous International Assessment) para orientar a escolha do local de punção.
Tecnologias de Apoio na Punção Venosa
O uso de tecnologias, como ultrassonografia e dispositivos de transiluminação, tem se mostrado eficaz na melhoria da taxa de sucesso da punção venosa, especialmente em pacientes com acesso difícil. Essas ferramentas auxiliam na visualização das veias, reduzindo o número de tentativas e o desconforto do paciente.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Conclusão
A punção venosa e o acesso central são procedimentos críticos na prática da enfermagem, demandando conhecimento técnico, habilidade e conformidade com as regulamentações vigentes.
Referências Bibliográficas
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Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos. Brasília: ANVISA, 2022.
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Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Resolução COFEN nº 388/2011 – Dispõe sobre a atuação do enfermeiro na punção venosa central. Disponível em: http://www.cofen.gov.br. Acesso em: abr. 2025.
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Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (COREN-SP). Parecer COREN-SP nº 007/2023 – Competência para avaliação da rede venosa e realização de punção periférica. Disponível em: https://portal.coren-sp.gov.br. Acesso em: abr. 2025.
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Infusion Nurses Society (INS). Infusion Therapy Standards of Practice. Journal of Infusion Nursing, 2021; 44(1S): S1–S224.
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Oliveira, A.C.; Silva, R.S. Boas práticas em terapia intravenosa: diretrizes para a enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2021.
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Silva, M.S.; Fernandes, A.L. Tecnologias aplicadas à punção venosa: revisão integrativa. Revista Brasileira de Enfermagem, 2022; 75(1): e20210047. DOI: 10.1590/0034-7167-2021-0047.
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