O cateter venoso central de inserção periférica de longa permanência (PICC) é confeccionado em material macio e flexível (silicone ou p...
O cateter venoso central de inserção periférica de longa permanência (PICC) é confeccionado em material macio e flexível (silicone ou poliuretano), indicado para pacientes em uso de terapia intravenosa com drogas vasoativas, nutrição parenteral prolongada, antibiótico-terapia e infusões hipertônicas entre outras.
O COFEN (Conselho Federal de Enfermagem), através da resolução 258/2001, reconhece a implantação do PICC, como competência do enfermeiro, desde que, tenha recebido formação, através dos cursos de treinamento e capacitação.
O acesso venoso central como medida fundamental para recuperação do neonato.
- Reposição de eletrólitos;
- Administração de nutrição parenteral;
- Antibioticoterapia;
- Evita multiplas punções culminando em flebotomia.
O cateter venoso central de inserção periférica (PICC) vem sendo utilizado em unidades neonatais com freqüência cada vez maior por ser um dispositivo de longa permanência e com um menor risco de complicações mecânicas e infecciosas.
Nas instituições onde o uso de PICC é implantado, deve ser elaborada uma estratégia de educação continuada que permite capacitar os profissionais quanto à sua manipulação e manutenção.
INDICAÇÕES
- Obter e manter acesso venoso profundo por tempo prolongado;
- Ministrar soluções hiperosmolares (ex: nutrição parenteral, solução glicosada em concentração maior que 12,5%, aminas vasoativas);
- Ministrar soluções vesicantes e irritantes.
CONTRA-INDICAÇÕES
Ministrar grandes volumes “em bolus” e sob pressão;
- Difícil acesso venoso periférico por punções repetidas com formação de hematoma e trombo;
- Lesões cutâneas no local da inserção.
VANTAGENS DO PICC
- Fácil instalação;
- Tempo de permanência prolongado;
- Menor risco de infecção;
- Preservação da rede venosa;
- Indicado para terapia domiciliar;
- Redução do estresse causado por múltiplas punções;
Vantagens relacionadas aos pacientes:
- Manter preservados demais acessos venosos;
- Menor risco de infecção em relação a outros dispositivos vasculares centrais;
- Melhor hemodiluição das drogas, diminuindo a agressão ao sistema vascular;
- Não há risco de trombose de sistema porta;
- Menor desconforto e dor para o paciente;
- Menor restrição da mobilidade;
- Diminuição do estresse do paciente.
Relacionadas à equipe / instituição
- Maior facilidade de inserção/manuseio quando comparado com outros dispositivos vasculares;
- Diminuição do estresse da equipe pelas punções repetitivas;
- Maior relação custo/benefício.
ESCOLHA DO ACESSO VENOSO
- Veias preferenciais para inserção: basílica, cefálica, ou mediana cubital.
- Características das veias escolhidas: palpáveis, calibrosas, e “retas” o suficiente para a inserção e adequação da agulha introdutória.
- A pele sobrejacente à veia escolhida deverá estar íntegra e não apresentar sinais de: Hematomas; Infecção (flebites, celulites e abscessos); Alteração anatômica.
PICC (CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA)
O cateter é considerado posicionado em nível central, quando se localiza dentro dos limites do tórax. A posição ideal da ponta do cateter, é quando este estiver localizado no terço distal da veia cava superior.
CATETER DE LINHA MÉDIA
O cateter é considerado em posição periférica, quando se localiza fora dos limites do tórax, com a ponta próxima a veia axilar, sendo indicado para casos de hidratação venosa por tempo prolongado. Nesta localização, não se deve ministrar soluções hiperosmolares, irritantes ou vesicantes.
Vale ressaltar que conforme indicação clínica: o PICC poderá ser utilizado como cateter de linha média, porém o cateter de linha média não poderá ser utilizado como PICC.
ESCOLHA DO CATETER
- Usar cateter com o calibre proporcional ao da veia selecionada e da terapia proposta;
- Dar preferência a cateter de lúmem único;
MATERIAL NECESSÁRIO
- Bandeja contendo material estéril: duas cubas redondas; 01 tesoura; 01 pinça anatômica pequena não serrilhada; 01 pinça pean, 02 campos simples, 01 campo fenestrado, aproximadamente 20 compressas de gaze (ou quantitativo maior, se necessário); 02 capotes manga longa; 02 compressas; 01 torniquete;
- Gorro, máscara, óculos e 03 pares de luvas estéreis;
- Clorexidina a 2% ou 4% aquosa;
- Clorexidina a 2% ou 4% ou PVP-I degermante a 10% com 1% de iodo livre;
- Solução salina a 0,9%;
- Seringa de 5 ml;
- Fita métrica não estéril;
- Cateter de calibre adequado (acompanhado de fita métrica, conjunto de agulha e introdutor estéreis);
- Curativo transparente;
- Esparadrapo;
TÉCNICA DE INSERÇÃO
Este procedimento é de responsabilidade técnica dos profissionais enfermeiros / médicos. Para a execução correta do mesmo é indispensável que estes profissionais tenham treinamento teórico-prático. Deve ser observada a técnica de barreira máxima: gorro, máscara, capote estéril, luvas estéreis, campos estéreis (com exceção do local de inserção).
Medidas prévias à inserção do PICC
- Comunicar ao setor de radiologia a necessidade de se realizar a radiografia imediatamente ao término do procedimento;
- Lavar as mãos;
- Avaliar as condições clínicas do paciente;
- Reunir/conferir os materiais necessários para a execução do procedimento (atentar para o calibre do cateter escolhido);
- Posicionar o paciente em decúbito dorsal e colocar o membro selecionado para punção (preferencialmente MSD) em ângulo de 90º em relação ao tórax;
- Garrotear o membro escolhido para a punção;
- Realizar o exame físico dos vasos sangüíneos através da técnica de inspeção e palpação;
- Retirar o garrote após exame físico;
- Mensurar com a fita métrica: perímetro braquial; distância entre o possível ponto de punção e a articulação escápulo-umeral, deste ponto até a fúrcula esternal e em seguida até o 3º espaço intercostal, acrescentar ao valor mensurado, aproximadamente 3cm.
Procedimento de inserção do PICC
Para a realização deste procedimento o profissional que fará a punção deverá ser auxiliado por outro (s) profissional (is).
- Colocar gorro, máscara e óculos (todos os profissionais envolvidos no procedimento);
- Lavar as mãos com sabonete líquido comum;
- Abrir o material reunido previamente com técnica asséptica;
- Lavar as mãos com solução degermante;
- Calçar luvas estéreis;
- Com o paciente já posicionado em decúbito dorsal, e membro em ângulo de 90º, realizar anti-sepsia do sítio de inserção com solução degermante por no mínimo 3 minutos, retirar o excesso com solução salina a 0,9%;
- Retirar as luvas;
- Fazer anti-sepsia das mãos com solução degermante;
- Vestir o capote e calçar luvas estéreis;
- Posicionar os campos simples e fenestrados;
- Lubrificar o cateter com solução salina a 0,9%, preenchendo o lúmem através do injetor lateral. Para os cateteres que não possuam injetor lateral, sugere-se que sejam imersos em recipiente estéril, contendo solução salina a 0,9%.
- Medir o cateter com a fita métrica estéril, e cortá-lo de acordo com a medida realizada anteriormente no item 5.6.1;
- Posicionar o bisel da agulha para cima;
- Executar a punção introduzindo apenas o bisel da agulha (a).
- Introduzir aproximadamente 5cm do cateter lentamente na luz do vaso através da agulha ou cateter introdutor, com auxílio da pinça anatômica;
- Nunca retroceder o cateter estando à agulha ainda inserida, devido o risco de secção do cateter pelo bisel da agulha.
- Retirar a agulha ou o cateter introdutor da luz do vaso, pressionando a pele;
- Partir a agulha ou o cateter introdutor conforme orientação do fabricante;
- Retirar o fio guia (se houver);
- Avançar por completo o cateter utilizando a pinça auxiliar até alcançar a medida aferida previamente;
- Testar a permeabilidade do cateter, com solução salina a 0,9%;
- Manter infusão contínua de solução salina 0,9%, devido ao risco de obstrução do cateter;
- Retirar os campos;
- Realizar a limpeza do sítio de inserção com solução salina a 0,9%;
- Preparar gaze e fita adesiva (se não dispuser de curativo transparente) para fixação do cateter.
- Fixar o cateter da seguinte forma: colocar gaze no sítio de inserção sob e sobre o cateter; colocar sobre a gaze o curativo transparente (se houver) (b);
- Fixar a fita adesiva em chevron sobre o curativo transparente.
- Retirar a paramentação;
- Lavar as mãos com sabonete líquido comum;
- Encaminhar o paciente para realizar a radiografia, para confirmar a posição do cateter.
PERMEABILIZAÇÃO DO CATETER
DIÁRIA
- O volume e concentração das soluções utilizadas devem estar determinados na rotina/protocolo de utilização do cateter.
- Realizar flush de solução salina 0,9% ao término da infusão de medicamentos (principalmente: NPT,quimioterápicos, sangue,etc.) e também a cada turno de 08,12 ou 24Hs (ficando a escolha, a critério da rotina pré-estabelecida);
- Heparina: 10U/ml
SEMANAL
- Deverá ser realizada de acordo com a rotina/protocolo pré-estabelecido.
AVALIAÇÃO DO SÍTIO DE PUNÇÃO
- Freqüência: diária.
Técnica
- Inspecionar, apalpar o local de inserção e o trajeto da veia , a fim de observar sinais de infecção (dor, rubor, enduração, calor, secreção);
- Aferir as circunferências dos membros. Um aumento nestes valores, quando comparadas às medidas entre o membro puncionado e o contra lateral ou em relação às medidas anteriores, indicará a suspeita de trombose ou extravasamento.
CURATIVO
- Primeira troca: deverá ser realizada sempre após 24 horas do procedimento.
Trocas subseqüentes
- Curativo transparente ou convencional: deverá ser trocado, apenas em caso de sujidade, umidade ou desprendimento . Nas trocas subseqüentes dos curativos transparentes não é necessária a utilização de gaze.