O cateter de Swan-Ganz, ou cateter de artéria pulmonar foi desenvolvido na década de 1960. Por volta dos anos de 1970, com o avanço da tec...
O cateter de Swan-Ganz, ou cateter de artéria pulmonar foi desenvolvido
na década de 1960. Por volta dos anos de 1970, com o avanço da tecnologia, foi
adicionado um termistor permitindo um rápido acesso ao débito cardíaco e à
outras informações consideradas importantes para o diagnóstico e tratamento de
tais pacientes.
Como uma forma de identificar a disfunção ventricular esquerda
à beira do leito, e que mede pressões ventriculares e débito cardíaco além de
prover outras informações que servem para monitoração fisiológica e guia da
terapia nos pacientes em estado grave, internados em unidades de terapia
intensiva.
O cateter pode ser
inserido em cirurgias, em salas de cateterização hemodinâmica ou à beira do
leito.
Descrição do Cateter Swan Ganz
Via proximal (azul): seu
orifício situa-se a 29 cm da extremidade distal. Permite a injeção de líquidos
para as medidas hemodinâmicas e é utilizado também para medida da pressão
venosa central (PVC) e colheita de exames de sangue.
Via distal (amarela): seu
orifício situa-se na ponta do cateter, permitindo a medida das pressões nas
câmaras cardíacas, direitas, pressão arterial pulmonar e pressão capilar,
pulmonar, durante a inserção, além da colheita de amostra do sangue venoso,
misto, na artéria pulmonar.
Via do balão (vermelha):
auxilia na migração do cateter pela flutuação dirigida pelo fluxo, permitindo o
encunhamento do cateter e a medida da pressão.
Capilar pulmonar, quando inflado em um ramo da artéria pulmonar.
Tem o volume de 1,5 ml.
Termistor: consiste em dois finos fios isolados, estendendo-se pelo comprimento do cateter e terminando em um termistor embutido na parede do cateter, situado na superfície do cateter 4 cm proximais à extremidade distal, que mede a temperatura sanguínea na artéria pulmonar, continuamente, sendo que, através da termodiluição, realiza as medidas hemodinâmicas com o uso de um computador.
O cateter possui marcas que indicam a profundidade de inserção,
onde as linhas negras finas indicam 10 cm e as linhas negras largas indicam 50
cm.
Atualmente, temos, disponíveis no mercado, cateteres com módulos
que permitem a medida contínua da oximetria venosa, central, fração de ejeção
ventricular direita e débito cardíaco, sendo, substancialmente, mais caros do
que os cateteres padrão.
Monitorização Hemodinâmica
A monitorização Hemodinâmica Invasiva deve ser indicada
somente quando alguma decisão de diagnóstico ou conduta está sendo considerada
e quando o intensivista estiver comprometido em trabalhar a partir dos dados obtidos
com o procedimento. Essa indicação deve obrigatoriamente levar em conta
que os dados obtidos vão contribuir para a decisão terapêutica, sem acarretar algum
tipo de risco sem necessidade ao paciente.
INDICAÇÕES PARA SWAN GANZ
- Necessidade de avaliação das variáveis hemodinâmicas
através das medidas seriadas e da monitorização da pressão atrial direita,
pressão arterial pulmonar e/ou pressão capilar como nos casos de:
- Insuficiência cardíaca aguda ocasionada pelo infarto agudo
do miocárdio(IAM);
- Complicações mecânicas do IAM; Infarto do ventrículo
direito;
- Insuficiência cardíaca congestiva refratária (ICC);
- Choque circulatório ou instabilidade hemodinâmica;
- Situações circulatórias complexas (ex.: reposição
volêmica, no grande queimado);
- Emergências médicas, como: Síndrome da Angústia
Respiratória Aguda (SARA), Sepse, intoxicação por drogas; insuficiência renal
aguda; pancreatite necro-hemorrágica.
- Pacientes de alto risco intra e pós-operatório;
- Pacientes obstétricas de alto risco: cardiopatas (ex.:
estenose mitral); doença hipertensiva específica da gestação (pré-eclâmpsia);
- Choques de qualquer natureza.
Complicações
As complicações podem estar relacionadas com a técnica de
passagem do cateter, permanência do cateter ou sua retirada. Em relação a
passagem do cateter, podemos citar o risco de pneumotórax hipertensivo,
arritmias ventriculares, bloqueios de ramo direito ou até o bloqueio de ramo
atrio ventricular total. A presença do cateter na circulação predispõe o
paciente desenvolver infarto pulmonar, trombose venosa e complicações
infecciosas. A lesão da artéria pulmonar, ou um de seus sub-ramos pode estar
relacionada a migração distal do cateter ou a insuflação inadequada do balão.
Após sua passagem, o
catéter de Swan-Ganz deve permanecer locado na artéria pulmonar, como mostra a
figura:
Materiais Necessários para Punção do Swan-Ganz
- Bandeja com duas cubas rim;
- Tesoura, pinça, porta-agulhas e bisturi;
- Povidine degermante e alcoólico (utilizar produto
preconizado pelo SCIH do hospital);
- Campo estéril fenestrado;
- Gaze estéril, fio mononylon 3,0
- Seringa de 10 ml, agulha 25X7 cm, lidocaína a 2% sem
vasoconstrictor;
- Kit introdutor (seringa de 5 mL, agulha para punção, fio
guia metálico, dilatador, introdutor e camisa protetora estéril)
- Cateter de termodiluição (catéter de Swan-Ganz)
- Kit de monitorização (transdutor único, extensão rígida,
discofix com 3 torneiras)
- Soro fisiológico com 500 ou 1000 unidades de heparina
- Seringa com êmbolo protegido
- Material para curativo
Cuidados de Enfermagem na Monitorização Hemodinâmica Invasiva
1. Posicionar os eletrodos para monitorização
eletrocardiográfica,
2. Deixar o paciente em posição de decúbito dorsal,
3. Montar sistema de pressurização com heparina e soro
fisiológico (volumes determinados pelo médico),
4. Deixar o soro fisiológico heparinizado para
posteriormente acoplar nas vias DISTAL e PROXIMAL do cateter;
5. Montar o transdutor de pressão com técnica asséptica,
6. Auxiliar na paramentação do médico,
7. Montar material para passagem do cateter,
8. Fornecer os materiais ao médico,
9. Auxiliar na passagem do cateter fornecendo ao médico,
informações sobre as curvas de pressão,
10. Após o término da passagem do cateter, assegurar-se de
que não há bolhas de ar no sistema,
11. Verificar se as conexões entre cateter, equipo e
torneiras de três vias estão bem adaptados,
12. Realizar curativo no local da inserção do cateter
conforme protocolo do SCIH
13. Providenciar radiografia de tórax,
14. Insuflar o balão apenas no momento de verificação da
POAP, ou no momento de progressão do cateter. Uma observação importante ao
enfermeiro intensivista é no momento de retirada do cateter, que deve estar o
balão desinsuflado para que não ocorra traumas vasculares,
15. Realizar as medidas hemodinâmicas ao menos uma vez por
plantão, ou conforme as rotinas da instituição.