Os atendimentos em urgência representa uma luta dos profissionais de saúde exercida diariamente em favor da saúde do cidadão, sejam elas...
Os atendimentos em urgência representa uma luta dos profissionais de saúde exercida diariamente em favor da saúde do cidadão, sejam elas: parto, parada cardiorrespiratória, da crise convulsiva ao politraumatizado, da intoxicação à queimadura, da dor no peito à hipoglicemia e dentre outras situações presentes no âmbito das urgências clínicas, configurando em um desafio diário na busca e oferta de ações de saúde e qualidade.
Diante dessas situações de variabilidade e imprevisibilidade, para que haja uma resposta pronta, eficaz e no momento oportuno, esses profissionais precisam muito mais do que ambulâncias, materiais e equipamentos. Como também de conhecimento e educação permanente, toda estrutura que apoie na tomada de decisão.
No entanto, existem dois tipos de avaliação do paciente: avaliação primária e avaliação secundária, utilizada como critérios de inclusão ou suspeita de pacientes com agravo clínico.
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
Avaliar a responsividade (chamar o paciente) e expansão torácica:
- se não responsivo e sem movimentos respiratórios, checar pulso central:
- se pulso ausente, iniciar PCR; e
- se pulso presente, abrir VA com manobras manuais (hiperextensão da cabeça e elevação do queixo) e iniciar suporte ventilatório (Parada Respiratória).
- se não responsivo com movimentos respiratórios: garantir a permeabilidade de via aérea e considerar suporte ventilatório; e
- se responsivo, prosseguir avaliação.
- Padrão ventilatório, simetria torácica, frequência respiratória e considerar a administração de O2.
Avaliar estado circulatório:
- presença de hemorragias externas de natureza não traumática;
- pulsos periféricos ou centrais: frequência, ritmo, amplitude, simetria;
- tempo de enchimento capilar;
- pele: coloração e temperatura; e
- na presença de sangramento ativo, considerar compressão direta, se possível.
Avaliar estado neurológico:
- Escala de Coma de Glasgow; e
- avaliação pupilar: foto-reatividade e simetria.
Segundo o Protocolo de Intervenção para o SAMU (2016), o objetivo da avaliação primária é identificar e corrigir situações de risco imediato de morte. Considera-se crítico todo paciente que apresentar alterações significativas em qualquer etapa da avaliação.
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Utilizada em toda abordagem de pacientes com agravo clínico, após a realização da Avaliação Primária e das intervenções específicas dessa fase do atendimento.
Conduta:
1. Realizar a entrevista SAMPLA (com o paciente, familiares ou terceiros):
- Nome e idade;
- Queixa principal;
- S: verificação dos sinais vitais:
- respiração (frequência, ritmo e amplitude);
- pulso (frequência, ritmo e amplitude);
- pressão arterial; e
- pele (temperatura, cor, turgor e umidade).
- A: história de alergias;
- M: medicamentos em uso e/ou tratamentos em curso;
- P: passado médico – problemas de saúde ou doença prévia;
- L: horário da última ingestão de líquidos ou alimentos; e
- A: ambiente do evento.
2. Realizar a avaliação complementar:
- instalar oximetria de pulso, se disponível; e
- mensurar a glicemia capilar, se disponível.
3. Realizar exame físico céfalo-caudal completo e aprofundado.
Objetivo específico da avaliação secundária: localizar alterações na cor da pele ou mucosas, assimetrias morfológicas, instabilidades hemodinâmicas, ruídos anômalos emitidos pelo paciente, alterações de motricidade e sensibilidade. Registrar detalhadamente os achados da avaliação secundária.
A avaliação secundária é importante, porém não obrigatória, principalmente nos pacientes críticos ou se sua realização implicar em atraso de transporte.
REFERÊNCIAS
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Protocolos de Intervenção para o SAMU 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
Contribuiu com este Artigo:
Mateus Henrique Dias Guimarães
Redes Sociais: @Mateushenrique (Linkedin)
Enfermeiro. Especialista em Saúde Pública com Ênfase na Saúde da Família.
REFERÊNCIAS
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Protocolos de Intervenção para o SAMU 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
COMENTÁRIOS