A Síndrome de Fournier (fascite necrótica perineal) é uma infecção grave dos tecidos moles, de etiologia não totalmente esclarecida. ...
A Síndrome de Fournier (fascite necrótica perineal) é uma infecção grave dos tecidos moles, de etiologia não totalmente esclarecida. É provocada por uma infecção bacteriana, que afeta a região genital e provoca a morte das células, levando ao surgimento de sintomas semelhantes aos da gangrena. Pode estar relacionada a focos iniciais no trato gênito-urinário ou na região anal, injeções de drogas, ferimentos do períneo e abscessos perianais. Pode ser também observada após procedimentos urológicos, ginecológicos e anais, mesmo em recém-nascidos. Há causas raras, como introdução de próteses penianas. Ocorrem doenças associadas, como diabetes melito que pode chegar até 60% dos casos. Além disso, idade avançada, hospitalização prolongada, carcinoma e alcoolismo são mencionados, além de corticoterapia, desnutrição, radioterapia, quimioterapia, imunossupressão, defeitos sensoriais, falência renal, hemodiálise, vasculite, cirrose, lúpus e SIDA.
Trata-se de uma doença mais comum em homens do que mulheres, sendo que crianças e idosos são os mais afetados devido ao enfraquecimento do sistema imune.
Sintomas:
- Pele avermelhada que posteriormente evolui para escurecida;
- Dor intensa e constante;
- Inchaço e Odor fétido;
- Febre acima de 38ºC;
- Causas:
- O surgimento está relacionado com a bactérias E. Coli nos tecidos da região intima, devido falta de higiene; pequenas lesões e hematomas; pelos ou espinhas inflamadas que são porta de entrada; diabetes mellitus, obesidade (pregas na pele que acumulam bactérias); uso excessivo de álcool, cirrose, drogas, uso prolongado de antibióticos.
A síndrome de Fournier não é contagiosa e tem cura, o seu tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível pois a quantidade de células mortas vai aumentando ao longo do tempo, podendo colocar em risco a vida.
O tratamento normalmente é iniciado com cirurgia para remover toda a pele e células mortas, evitando o desenvolvimento da doença. Além disso, um pedaço é enviado para o laboratório de forma a confirmar a presença da bactéria E. Coli, que é a responsável por este problema.
Nos casos mais graves, exige antibioticoterapia de amplo espectro, desbridamentos cirúrgicos e por vezes derivação do trânsito fecal e/ou urinário.
Na maioria destes casos o uso da Oxigenoterapia Hiperbárica é indicado para a diminuição do tempo de cicatrização das partes afetadas e a diminuição do sofrimento do paciente, tendo em vista que sem o uso da Oxigenoterapia Hiperbárica a cicatrização pode levar meses, o que afeta muito a auto estima do paciente.
Cuidados de Enfermagem:
A Síndrome de Fournier é uma doença mutiladora, que acarretará problemas na auto-imagem do paciente, resultando em sentimento de perda, medo e insegurança, é de suma importância que a equipe de enfermagem, por se encontrar mais próxima ao paciente, esteja aberta ao diálogo, a fim de esclarecer suas dúvidas dando-lhe um suporte necessário.
Os cuidados de enfermagem na Síndrome de Fournier são fundamentais no tratamento, pois é necessário avaliação constante da ferida, realização de curativos e o suporte nutricional.
As intervenções da equipe de enfermagem incluem:
- Observação rigorosa para sinais de sepse (temperatura elevada, frequência cardíaca aumentada, pressão de pulso alargada e pele ruborizada e seca nas áreas não afetadas);
- Controle geral das intervenções clínicas e cirúrgicas, além de observar o surgimento de novas áreas de necrose e sinais de infecção no local;
- Realização de curativos conforme necessidade;
- Orientar paciente e família a respeito da patologia, sobre a prevenção de trauma e proteção para evitar re-infeccção.
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