A tuberculose (TB), é uma doença infecciosa que afeta principalmente o parênquima pulmonar, e geralmente é causada pela Mycobacterium...
A tuberculose (TB), é uma doença infecciosa que afeta principalmente o parênquima pulmonar, e geralmente é causada pela Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK). É um sério problema de saúde pública no mundo, a qual é transmitida por via aérea, localiza-se no pulmão e pode se disseminar para outras partes do corpo como meninges, rins, ossos e linfonodos.
A incidência é mais elevada em países emergentes, especialmente em aglomerados populacionais, precárias condições socioeconômicas e sanitárias, pessoas do sexo masculino, sendo a segunda maior morbidade infectocontagiosa no mundo. São notificados anualmente 10 milhões de novos casos no mundo, acarretando mais de 1 milhão de óbitos segundo o Ministério da Saúde.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) redefiniu a classificação dos principais países no período de 2016 a 2020 para o controle da TB, o Brasil encontra-se na 20ª posição. Em nosso país são notificados anualmente, em média, 70 mil novos casos e 4,5 mil mortes em virtude da doença. No entanto, trata-se de uma doença curável, cujo tratamento é disponibilizado de maneira gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os programas governamentais está o Programa Nacional de Controle da Tuberculose – PNCT
Doença pulmonar:
As manifestações clássicas são tosse persistente superior a 15 dias, febre vespertina, sudorese noturna e perda ponderal. A forma primária é mais comum em crianças, sendo frequentemente insidiosa. A reativação pode ocorrer em qualquer idade, mas a incidência é maior em adolescentes e adultos jovens. Clientes idosos podem apresentar manifestações atípicas, como comportamental ou transtorno do estado mental, febre, anorexia e perda de peso. Em geral, os clientes idosos exibem sintomas menos pronunciados do que os clientes mais jovens.
Sintomas:
Dores locais: peito
Dores circunstanciais: ao respirar
Tosse: com sangue ou crônica
No corpo: fadiga, febre, perda de apetite, suor noturno ou suor
No peso: perda de peso ou perda de peso não intencional severa
Também é comum: catarro ou inchaço dos gânglios
Fatores de risco mais comuns:
- Contato íntimo com pessoas que apresentem TB ativa;
- Estado imunocomprometido (indivíduos idosos, câncer, terapia com corticosteroides e HIV);
- Uso de drogas injetáveis e alcoolismo;
- Cuidado de saúde inadequado (moradores de rua ou extremamente pobres, minorias, crianças e adultos jovens);
- Condições clínicas preexistentes, incluindo diabetes mellitus, insuficiência renal crônica, silicose e desnutrição;
- Imigração de países com alta prevalência de TB (Haiti, Sudeste Asiático);
- Institucionalização (instituições de cuidados prolongados, prisões);
- Condições de vida (em residência abaixo dos padrões e em condições aglomeradas);
Exames:
- Exame físico (À ausculta pode haver redução do murmúrio vesicular com redução do frêmito toracovocal quando há derrame pleural e/ou pectoriloquia quando há consolidação parenquimatosa pulmonar);
- Teste cutâneo para TB (teste de Mantoux); teste QuantiFERON-TB Gold (QFT- G), teste QuantiFERON-TB Gold in-tube (QFT-GIT), teste para TB T-SPOT (T-Spot) e teste Xpert MTB/RIF;
- Radiografia de tórax;
- Esfregaço de escarro para bacilo álcool-acidorresistente (BAAR), seguido de cultura se o esfregaço for positivo;
- Outras avaliações, incluindo história completa e exame físico e suscetibilidade a medicamentos, se os resultados forem positivos.
Terapia Farmacológica:
As diretrizes recomendadas de tratamento para casos recém-diagnosticados de TB pulmonar têm duas fases: uma fase de tratamento inicial (medicamentos administrados diariamente durante 8 semanas) e uma fase de continuação (um período adicional de 4 a 7 meses).
O tratamento da fase inicial consiste em um esquema diário de múltiplos medicamentos com agentes de primeira linha e vitamina B6. A fase de continuação do tratamento inclui isoniazida (INH) e rifampicina ou INH e rifapentina.
Os medicamentos de primeira linha incluem INH, rifampicina, pirazinamida (PZA) e etambutol, diariamente, durante 8 semanas e com continuação por um período de 4 a 7 meses. Dispõe-se de combinações como INH e rifampicina, ou INH, PZA e rifampicina, e medicamentos administrados 2 vezes/semana (p. ex., rifapentina) para ajudar a melhorar a adesão do cliente ao tratamento; entretanto, essas combinações têm custo elevado. Os medicamentos de segunda linha incluem capreomicina, etionamida e ciclosserina. A INH também é usada como medida profilática para indivíduos que correm risco de TB.
Atribuições do enfermeiro no programa de tuberculose
- Identificar os sintomáticos respiratórios na comunidade quer seja dentro da unidade de saúde, visita domiciliar, atendimento da demanda encaminhada pelo ACS;
- Solicitar o exame de Baciloscopia (duas amostras) por meio do preenchimento do pedido de exame;
- Explicar ao paciente todo o procedimento de coleta em casa;
- Encaminhar as amostras ao laboratório;
- Aplicar a vacina BCG, após treinamento específico para tal;
- Realizar a consulta de enfermagem;
- Investigar contatos e comunicantes do doente de tuberculose;
- Dispensar os medicamentos para o doente em tratamento, explicando seu uso correto;
- Notificar por meio da Ficha de Investigação os casos positivos;
- Fazer a programação e o pedido de medicamentos antituberculose de acordo com a quantidade de tratamentos mensalmente para suprir a farmácia;
- Solicitar o exame de escarro a cada dois meses para os pacientes que iniciaram o tratamento acompanharem a evolução do quadro;
- Identificar os pacientes que estejam com reações adversas aos medicamentos e encaminhá-los à consulta médica;
- Encaminhar o doente para o serviço de referência quando necessário;
- Realizar a transferência do paciente que se mudou e irá dar continuidade ao tratamento em outra unidade;
- Capacitar os ACS e equipe de enfermagem sobre o tema;
- Realizar atividades educativas no espaço da unidade de saúde e na comunidade;
- Realizar visita domiciliar ao paciente em tratamento;
- Realizar a busca dos faltosos;
- Preencher todos os registros da unidade: livro de registro de pacientes em tratamento, livro de registro de pesquisa em sintomático respiratório;
- Realizar o planejamento, monitoramento e avaliação das atividades que envolvem a tuberculose na unidade de saúde.
Diagnósticos de Enfermagem
- Nutrição Desequilibrada: menor do que as necessidades corporais;
- Déficit de conhecimento;
- Conhecimento deficiente sobre o regime terapêutico;
- Dor aguda;
- Ansiedade;
- Intolerância a atividade a ser realizada pelo paciente;
- Padrão respiratório comprometido;
- Troca de gases prejudicada;
- Hipertermia;
- Mobilidade física prejudicada (dor);
- Fadiga;
- Controle de medicamentos;
- Risco de Infecção.
- Intervenções de Enfermagem:
- Monitoração nutricional;
- Controle nutricional;
- Ensino: dieta prescrita;
- Melhora da Educação em Saúde;
- Ensino: indivíduo;
- Ensino: processo da doença;
- Educação em saúde;
- Controle da dor;
- Administração de medicamentos;
- Redução da Ansiedade;
- Apoio Emocional;
- Toque terapêutico;
- Monitorização dos sinais vitais;
- Oxigenoterapia;
- Assistência Ventilatória;
- Cuidados com o repouso no leito;
- Controle de medicamentos;
- Tratamento da febre;
- Controle do ambiente;
- Resultados Esperados:
- Conhecimento: comportamento da saúde;
- Promoção da saúde;
- Cuidados na doença;
- Melhora do padrão respiratório
- Controle da dor;
- Nível de desconforto;
- Tolerância a atividade;
- Nível de Fadiga;
- Conservação de energia;
- Repouso;
- Resposta à ventilação mecânica;
- Estado respiratório: permeabilidade das vias aéreas;
- Controle de riscos comunitários: doenças contagiosas.
- Monitoramento da resposta ao tratamento:
- BAAR de escarro mensal: se BAAR positivo no final do segundo mês de tratamento ou se voltar a positivar após negativação, solicitar cultura para teste de sensibilidade.
- Avaliação clínico-laboratorial mensal, focando evolução da doença e possíveis efeitos colaterais.
Fontes consultadas:
Programa Nacional de Controle da Tuberculose, 2016. Disponível em: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/fevereiro/21/Apresentacao-sobre-os-principais-indicadores-da-tuberculose.pdf
Ministério da Saúde - Tuberculose na Atenção Primária à Saúde. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/livro_tuberculose11.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil /Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
Enfermeiro Aprendiz http://www.enfermeiroaprendiz.com.br/o-papel-da-enfermagem-frente-ao-paciente-com-tuberculose-pulmonar-na-atencao-basica/
RIBEIRO, Luzimar Costa; SILVA, Silvana Ferreira da. Assistência de enfermagem ao paciente portador de tuberculose pulmonar . 2013. 19 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Bacharelado em Enfermagem)- Faculdades Integradas Promove de Brasília, Brasília, 2013. Disponível em: <http://nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos_up/documentos/artigos/3b430caef6052f889cea5795ee6a9527.pdf>. Acesso em: 03 dez. 2017.
SMELTZER et al. Brunner & Suddarth, Manual de enfermagem médico-cirúrgica / revisão técnica Sonia.Regina de Souza; tradução Patricia Lydie Voeux. – 13. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
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