Nós, seres humanos somos mantidos a uma temperatura constante em torno de 37ºC , sendo que as extremidades do nosso corpo podem se apresenta...
Nós, seres humanos somos mantidos a uma temperatura constante em torno de 37ºC, sendo que as extremidades do nosso corpo podem se apresentar oscilações com menor temperatura. O metabolismo humano pode apresentar falhas nos limites de temperatura quando menos que 21ºC e maior que 42ºC. Perda ou ganho excessivo de calor pode levar a morte.
A temperatura corpórea externa refere-se ao calor produzido pelo organismo para manter a homeostase corporal, tendo como centro de regulação da temperatura o hipotálamo. A temperatura do corpo humano varia entre 35,8 e 37,2ºC. Em média, consideram-se temperaturas normais: a oral de 37ºC, a axilar de 36,4ºC e a retal de 37,6ºC.
Os mecanismos fisiológicos ou comportamentais que regulam o equilíbrio entre calor perdido e calor produzido, denomina-se termorregulação, sendo o hipotálamo que controla a temperatura corporal do mesmo modo como um termostato funciona.
Quais fatores que afetam a temperatura corporal
No recém-nascido, os mecanismos de controle de temperatura são imaturos.
Já no idoso, começam a ter deterioração dos mecanismos de controle e possuem uma faixa de regulação mais estreita, temperatura oral normal em dias frios 35ºC, corporal 36ºC.
O exercício aumenta o metabolismo, atividade muscular (exercícios enérgicos de longo período) ex.: corrida delonga distância, podem elevar a temperatura corporal em até 41ºC temporariamente.
As variações dos níveis hormonais durante o ciclo menstrual. Quando o nível de progesterona está baixo, a temperatura da mulher se encontra mais baixa do que o valor basal até que ovulação ocorra aumentando o nível de progesterona subindo a temperatura para o nível basal ou superior. Ocorrem também na menopausa (“ondas de calor”) devido à instabilidade dos controles de vasodilatação e vasoconstrição.
O estresse físico ou emocional eleva a temperatura do corpo através de estímulos hormonal e neural, que aumenta o metabolismo.
Os ambientes muito frio ou muito quentes influenciam na nossa regulação. Lactantes e idosos são mais afetados, pois seus mecanismos reguladores estão menos eficientes.
A febre ou pirexia ocorre devido à incapacidade dos mecanismos de perda de calor acompanhar o ritmo de uma produção excessiva de calor, resultando em aumento anormal da temperatura. Geralmente, uma febre não é perigosa se permanece abaixo de 39 ºC. Uma febre verdadeira resulta da alteração do ponto de ajuste hipotalâmico. Os padrões de febre diferem dependendo do pirógeno:
Febre sustentada: uma temperatura corporal constante, continuamente acima de 38 ºC e com pouca flutuação;
Febre intermitente: picos de febre intercalados com temperatura em níveis usuais. A temperatura retorna a níveis aceitáveis pelo menos uma vez em 24h;
Febre remitente: picos e quedas de febre sem retorno à temperatura normal;
Recidivante: períodos de episódios febris e períodos com valores de temperatura aceitáveis. Períodos de episódios febris e períodos de normotermia muitas vezes duram mais de 24h.
Hipertermia: elevação da temperatura corporal acima do ponto de regulação térmica, relacionada com a incapacidade do organismo de promover perda de calor ou de reduzir sua produção. A hipertermia maligna é uma condição hereditária em que há produção incontrolada de calor, ocorrendo quando pessoas suscetíveis recebem certas drogas anestésicas.
Hipotermia: redução da temperatura corporal para valores ↓35°C, classificada em acidental (primária) ou devido disfunção do centro regulador hipotalâmico (secundária).
A perda de calor durante a exposição prolongada ao frio sobrepuja a capacidade do organismo de produzir calor, causando hipotermia. A hipotermia é classificada por meio de mensurações da temperatura central em:
Leve: 36-34 ºC;
Moderada: 34-30 ºC;
Grave: < 30 ºC.
Locais de aferição da temperatura
O local onde a temperatura é mensurada (oral, retal, axilar, membrana timpânica), é um fator que determina a temperatura do paciente.
Oral: 37ºC - leitura lenta (cerca de 7 min.) risco de contaminação por fluidos, não indicado para pacientes que não colaboram ou inconsciente.
Retal: 37,5ºC - maior precisão, método desagradável, risco de exposição a fluidos, risco de lesão, contra indicado para RN e pacientes com doenças retal.
Axilar: 36.5ºC - local menos preciso, sudorese pode interferir, longo período de mensuração.
Timpânica: 37ºC - aferição rápida, custo elevado, presença de cerume pode interferir na leitura, contra indicado para paciente submetidos a cirurgia auditiva (POTTER; PERRY 2009).
Valores Normais e suas Variações
Temperatura axilar: 35.5ºC – 37.0ºC
Temperatura bucal: 36.0ºC – 37.4ºC
Temperatura inguinal: 35.5ºC – 37.0ºC
Temperatura retal: 36.0ºC – 38.0ºC
Temperatura timpânica: 36.0ºC – 38.2ºC
Febrícula (Taxilar): 37.1ºC – 37.5ºC
Materiais utilizados para verificação da temperatura
- Bandeja
- Termômetro
- Algodão
- Álcool
Técnica para realizar a aferição da temperatura
- Higienizar as mãos antes e após o procedimento;
- Selecionar a via e os aparatos corretos;
- Avaliar fatores que possam interferir na determinação da T (ambiente, atividade prévia do paciente);
- Cumprimente e explicar o procedimento ao paciente;
- Posicionar o paciente em posição confortável e adequada;
- Limpar o termômetro com algodão embebido em álcool (haste para bulbo) antes e após a realização do procedimento;
- Certificar-se que a coluna de mercúrio está igual ou inferior a 35ºC;
- Retirar o termômetro após 5 min;
- Comparar o valor obtido com a temperatura basal e com a variação de T apresentada pelo paciente;
- Registrar corretamente o procedimento no prontuário.
O paciente que apresenta alterações na temperatura, em relação ao seu aumento ou à sua diminuição, pode indicar ao técnico de enfermagem diversas situações não fisiológicas, como por exemplo: infecções, diversos tipos de choque e outros.
Ao possuir esses dados, o cuidado de enfermagem pode ser realizado mais rapidamente para que se tente reestabelecer o padrão fisiológico do paciente. A temperatura, assim como o pulso, é essencial na monitorização fisiológica do paciente/cliente.
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