Talvez essa terminologia seja comum para pacientes com disfunções de tireóide ou profissionais que trabalham na área, mas para muitos é um t...
Talvez essa terminologia seja comum para pacientes com disfunções de tireóide ou profissionais que trabalham na área, mas para muitos é um tratamento desconhecido ou pouco explorado.
A Iodoterapia consiste em um procedimento que utiliza a forma radioativa do Iodo-131, elemento radioativo que é um isótopo do Iodo. Esse procedimento é realizado por alguns pacientes em tratamento de câncer de tireóide ou mesmo aqueles que possuem doenças benignas relacionadas à tireóide.
O Iodo radioativo em dose ambulatorial, para tratar doenças benignas tais como hipertireoidismo, especialmente nas doenças de Graves ou Plummer, costuma ser indicado quando o paciente não tem melhora com o uso de remédios, não pode utilizá-los ou quando é necessário um tratamento mais definitivo da doença, como pessoas que têm doenças cardíacas, por exemplo.
O tratamento com iodo radioativo (em unidade de internação) no câncer de tireoide é indicado como forma de eliminar resquícios de células cancerígenas após a remoção da tireóide, diminuindo o risco de recidiva do câncer. Em alguns casos, também pode ser utilizado para ajudar a eliminar metástases, e os sintomas produzidos por elas.
Como é feito?
É importante compreender que a terapia consiste em eliminar células tireoidianas atravéz desse iodo radioativo, e para que essa radiação seja captada de forma eficaz é necessário deixar as células sedentas por iodo (hipotireoidismo). Assim, para que o paciente possa realizar a terapia é necessário um preparo, que inclui supressão do hormônio sintético e algumas restrições alimentares e estéticas. É claro que essas restrições podem mudar de clínica para clínica, mas de maneira geral citamos:
Medicações:
Suspender por:
- 30 dias o hormônio sintético da tireóide (puran t4, Tetrid, Sinthrroid, Euthyrox, entre outros);
- 15 dias Cynomel;
- 07 dias Tapazol e Propilitiouracil;
- 90 dias Miodaron, Ancoron e Amiodarona.
- Vitaminas e suplementos com iodo tbm devem ser suspensos, além de comprimidos, cápsulas alimentos e bebidas com corantes de cor vermelha;
- Não tomar xarope com iodo;
- Não utilizar antisséptico com iodo.
Estéticas:
- Não usar base ou esmalte de unha;
- Tintura de cabelo;
- Protetor solar e bronzeadores;
- Maquiagem em geral;
- Evitar banho de mar;
- Tratamento de canal dentário.
Alimentação por 15 dias (dieta pobre em iodo)
- Não ingerir:
- Sal iodado (deve ser utilizado sal sem iodo);
- Peixes, frutos do mar, camarão, ostras, algas;
- Enlatados e conservas;
- Embutidos de maneira geral;
- Agrião, aipo, repolho, couve flor e de Bruxelas;
- Leite e derivados;
- Gema de ovo;
- Pães industrializados e massas.
Atenção:
Mulheres grávidas e pessoas que realizaram radiografias com contraste nos últimos 5 meses não podem realizar a terapia.
Como é feito o tratamento
Inicialmente o médico define a dosagem específica para cada paciente, de acordo com o tipo de tratamento e gravidade da doença.
Para dosagens mais altas é necessário internação e um período de isolamento em um quarto terapêutico revestimento de chumbo e posteriormente isolamento em casa. Para dosagens mais baixas o paciente é liberado no mesmo dia, tendo que seguir as recomendações, mas não necessitando internação.
O iodo é tomado via oral e consiste em um líquido branco e inodoro. Antes da ingestão é necessário jejum de 6 horas e após a ingestão esse jejum segue por mais 2 horas. Após esse período pode-se comer e é necessário ingerir muito líquido para eliminar o iodo.
Cuidados pós dose:
- Durante o isolamento permanecer com a dieta pobre em iodo;
- Utilizar limão e balas para salivar mais e assim ajudar o iodo não prejudicar as papilas degustativas e glândulas salivares;
- Ao usar o vaso sanitário dar no mínimo 3 descargas;
- Ao utilizar o lavatório deixar a água correr;
- Evitar contato próximo com outras pessoas, principalmente crianças e gestantes;
- Roupas utilizadas no período de isolamento devem ser lavadas separadamente;
- Utensílios, pratos, talheres e copos devem ser descartáveis ou devem ser lavados separadamente.
Reações adversas:
- Olhos com pouco lacrimejamento (olhos secos);
- Irritação do estômago sem gastrite;
- Sensibilidade no pescoço;
- Náuseas e vômitos;
- Inflamação das glândulas salivares, que podem levar a boca seca;
- Alterações no paladar.
Considerações finais
Existem alguns estudos que associam o tratamento de iodoterapia com aumento de risco de desenvolver leucemia. Porém, é importante seguir atentamente as orientações de seu médico, confiar nele e caso esse tipo de tratamento seja o recomendo, entender que para sua situação os prós superam os contras e que faz parte do processo de cura.
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