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A punção venosa periférica é certamente o procedimento mais realizado nos atendimentos de emergências, além de ser o procedimento invasivo mais comum realizado pela enfermagem. Pelo menos 90% dos pacientes hospitalizados necessitam, em algum momento de um acesso venoso para realização de terapia intravenosa.
É a via de administração de medicação diretamente nas veias, nela é possível fazer medicação em grande quantidade e aquelas que pela via oral não são possíveis de administrar. São dois tipos: acesso venoso periférico, que é a inserção de um cateter nos membros (braço, mão, perna, etc.) e acesso venoso central, este é utilizado em pacientes que necessitam de grandes quantidades de medicamento e soro - é uma via calibrosa para infusão de algumas medicações específicas, como quimioterapia, dieta parenteral.
Acesso venoso periférico (membros):
O acesso venoso periférico pode ser puncionado por enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos. As vias de acesso preferenciais são as veias dos membros superiores do antebraço por acomodar cateteres mais calibrosos:
- Veia cefálica;
- Veia basílica;
- Veias medianas do antebraço e cotovelo;
- Veias do dorso da mão;
- Veia safena magna e parva.
Cuidados com o acesso venoso periférico:
- Sempre lavar as mãos antes de entrar em contato com o paciente;
- Higienizar as mãos com água e sabonete líquido quando estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais.
- Usar preparação alcoólica para as mãos (60 a 80%) quando as mesmas não estiverem visivelmente sujas.
- Somente a equipe médica e de enfermagem pode manipular o acesso e fazer a medicação;
- Verificar se está bem fixado na pele;
- O uso de luvas não substitui a necessidade de higiene das mãos. No cuidado específico com cateteres intravasculares, a higiene das mãos deverá ser realizada antes e após tocar o sítio de inserção do cateter, bem como antes e após a inserção, remoção, manipulação ou troca de curativo.
- Sempre que for mexer no local do acesso, garantir a lavagem de mãos para evitar possíveis infecções;
- Verificar sempre se há sinais de sujidade e sangramentos e caso tenha, chamar imediatamente a equipe de enfermagem;
- Se houver vermelhidão, edema e a pele na região do acesso estiver quente, solicite avaliação da equipe de enfermagem;
- Caso o paciente diga que tem dor durante a infusão de alguma medicação ou mesmo em repouso, feche o registro do equipo imediatamente e solicite imediatamente avaliação da equipe.
Dificuldades com o acesso venoso:
- Possibilidade de ocorrer sangramentos se não estiver bem fechado;
- Possibilidade de sair se não houver cuidado e boa fixação;
- Porta de entrada para infecções;
- Desconfortável para o paciente;
- Dor no local.
Leia também: Recomendações para Cateteres Periféricos, ANIVISA
Como estabilizar e qual seria o melhor tipo de curativo para o acesso venoso periférico?
Estabilização
- Estabilizar o cateter significa preservar a integridade do acesso, prevenir o deslocamento do dispositivo e sua perda.
- A estabilização dos cateteres não deve interferir na avaliação e monitoramento do sítio de inserção ou dificultar/impedir a infusão da terapia. Deve ser realizada utilizando técnica asséptica. Não utilize fitas adesivas e suturas para estabilizar cateteres periféricos.
- É importante ressaltar que fitas adesivas não estéreis (esparadrapo comum e fitas do tipo microporosa não estéreis, como micropore®) não devem ser utilizadas para estabilização ou coberturas de cateteres. Rolos de fitas adesivas não estéreis podem ser facilmente contaminados com microorganismos patogênicos.
- Suturas estão associadas a acidentes percutâneos, favorecem a formação de biofilme e aumentam o risco de Infecções primárias da corrente sanguínea (IPCS).
- Considerar dois tipos de estabilização dos cateteres periféricos: um cateter com mecanismo de estabilização integrado combinado com um curativo de poliuretano com bordas reforçadas ou um cateter periférico tradicional combinado a um dispositivo adesivo específico para estabilização.
Coberturas
- Os propósitos das coberturas são os de proteger o sítio de punção e minimizar a possibilidade de infecção, por meio da interface entre a superfície do cateter e a pele, e de fixar o dispositivo no local e prevenir a movimentação do dispositivo com dano ao vaso.
- Qualquer cobertura para cateter periférico deve ser estéril, podendo ser semioclusiva (gaze e fita adesiva estéril) ou membrana transparente semipermeável. Utilizar gaze e fita adesiva estéril apenas quando a previsão de acesso for menor que 48h. Caso a necessidade de manter o cateter seja maior que 48h não utilizar a gaze para cobertura devido ao risco de perda do acesso durante sua troca.
- A cobertura não deve ser trocada em intervalos pré-estabelecidos. Deve ser trocada imediatamente se houver suspeita de contaminação e sempre quando úmida, solta, suja ou com a integridade comprometida. Manter técnica asséptica durante a troca.
- No momento do banho, proteger o acesso e evitar com que caia água no local - isso pode ser feito com saco plástico.
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