Vamos abordar sobre as principais atualizações feitas nas Diretrizes de 2015 da American Heart Association (AHA dos EUA), o Europ...
Vamos abordar sobre as principais
atualizações feitas nas Diretrizes de 2015 da American Heart Association (AHA dos EUA), o European Resuscitation
Council e o Resuscitation Council (do Reino Unido) para Ressuscitação
Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE).
O atendimento da situação de PCR
é descrito na literatura como Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP), que
compreende uma sequência de manobras e procedimentos destinados a manter a
circulação cerebral e cardíaca e garantir a sobrevida do paciente.
Sinais clínicos da Parada Cardiorrespiratória - PCR:
- Ausência de Pulso;
- Inconsciência;
- Ausência de movimentos ventilatórios (apneia) ou respiração agônica (gasping).
- Ausência de movimentos ventilatórios (apneia) ou respiração agônica (gasping).
Segundo DataSUS, no Brasil 35% das mortes são por
causas cardiovasculares, resultando em 300 mil óbitos/ano.
Causas de PCR:
- Hipóxia;
- Hipercalemia e Hipocalemia;
- Hipovolemia;
- Hipotermia;
- H+ acidose metabólica
- Tamponamento cardíaco;
- Pneumotórax hipertensivo;
- Tromboembolismo pulmonar;
- Trombose de coronária;
- Intoxicação
Uma das alterações propostas pelas Diretrizes da
American Heart Association (AHA) 2015 foi à utilização de “Cadeias de
Sobrevivência” distintas para pacientes que sofrem uma Parada
Cardiorrespiratória no ambiente intra-hospitalar (PCRIH)
ou Parada Cardiorrespiratória em ambiente extra-hospitalar (PCREH).
RCP aplicada
por Socorrista Leigo
Resumo dos principais pontos de alteração:
- Os elos fundamentais da cadeia de sobrevivência
de adultos no ambiente extra-hospitalar permaneceram inalterados com relação a
2010, com ênfase contínua no algorítmo universal simplificado do Suporte Básico
de Vida (SBV) para adultos;
- O Algorítmo do SBV/Adulto foi modificado de modo
a refletir o fato de que os socorristas podem ativar o serviço de médico
emergência (ou seja, via telefone celular) sem sair do lado da vítima;
- Deu-se mais ênfase à rápida identificação de
possível PCR por parte dos atendentes, com disponibilização imediata das
instruções de RCP para a pessoa ao telefone (ou seja, RCP orientada pelo
atendente).
- A sequência recomendada para um único socorrista
foi confirmada: o único socorrista deve iniciar as compressões torácica antes
de aplicar as ventilações de resgate (C-A-B em vez de A-B-C), para reduzir o
tempo até a primeira compressão. O único socorrista deve iniciar a RCP com 30
compressões torácicas seguidas por duas respirações.
- Tem-se dado ênfase permanente nas características
de uma RCP de alta qualidade: comprimir o tórax com frequência e profundidade
adequadas, permitir o retorno total do tórax após cada compressão, minimizar
interrupções nas compressões e evitar ventilação excessiva.
- A velocidade recomendada para as compressões
torácicas é de 100 a 120/min (atualizada em relação ao mínimo de 100/min).
- A recomendação confirmada para a profundidade das
compressões torácicas em adultos é de, pelo menos, 2 polegadas (5 cm), mas não
superior a 2,4 polegadas (6 cm).
- Pode-se considerar a administração de naloxona
por transeuntes, em casos de suspeita de emergências potencialmente fatais
associadas a opioides.
Estas alterações têm como objetivo simplificar o
treinamento de socorristas leigos e enfatizar a necessidade de aplicar
compressões torácicas o quanto antes em vítimas de PCR.
RCP: SBV
aplicado por Profissionais de Saúde
Resumo dos principais pontos de alteração:
- Equipes integradas por socorristas bem trinados
podem usar uma abordagem coreografada que execute várias etapas e avaliações
simultaneamente, em vez do modo sequencial utilizado por socorristas
individuais (por exemplo, um socorristas ativa o serviço médico de emergência,
enquanto outro começa as compressões torácicas, e um terceiro fornece ventilação
ou busca dispositivo bolsa-válvula-máscara para ventilações de resgate, e um
quarto busca e prepara o desfibrilador).
- Tem-se dado maior ênfase em RCP de alta
qualidade, que utiliza metas de desempenho (com frequência e profundidade de
compressão torácica adequadas, permitindo retorno total do tórax entre as
compressões, minimizando interrupções nas compressões e evitando ventilação
excessiva).
- A frequência das compressões foi modificada para
o intervalo de 100 a 120 por minuto;
- A profundidade das compressões em adultos foi
modificada para pelo menos 2 polegadas (5 cm), mas não deve ser superior a 2,4
polegadas (6 cm).
- Para que haja retorno total da parede do tórax
após cada compressão, os socorristas devem evitar apoiar-se no tórax entre as
compressões.
- Os critérios para minimizar as interrupções são
esclarecidos, com a maior meta possível na fração de compressões torácicas, com
alvo de pelo menos 60%.
- Em locais onde os sistemas de SME já adotaram
conjuntos de procedimentos que envolvem compressões torácicas contínuas, o uso
de técnicas de ventilação passíve pode ser considerado parte desse conjunto
para vítimas de PCREH.
- Em pacientes com RCP em curso e uma via aérea
avançada instalada, recomenda-se uma frequência de ventilação simplificada de 1
respiração a cada 6 segundos (10 respirações por minuto).
Tópicos com as principais mudanças do ACLS 2015
em relação a sua edição prévia (2010) no âmbito Hospitalar:
Vasopressina: Provavelmente a mudança de
maior repercussão, a vasopressina foi definitivamente retirada do protocolo do
ACLS. O motivo foi por mera simplificação de conduta, visto que a vasopressina
não oferece vantagem alguma em relação à adrenalina, nem mesmo em associação.
Portanto, não há motivos de mantê-la no protocolo;
Adrenalina precocemente: Outra mudança no
protocolo é quanto a recomendação de início precoce de adrenalina, tão logo a
droga esteja disponível em pacientes com ritmo não-chocável, a mesma deve ser
administrada, visto que estudos demonstraram melhores desfechos na
administração precoce da droga;
Ventilação durante RCP: A ventilação com via
aérea avançada foi simplificada, recomendando-se a realização de 10 ventilações
por minuto, ou seja, 1 ventilação a cada 6 segundos;
Capnografia: A capnografia, já inclusa em
2010 no protocolo, para monitorização da ressuscitação, agora é recomendada
como um sinal prognóstico objetivo para determinação de quando parar a
ressuscitação. Em pacientes com via aérea avançada, um ETCO2 de até 10 mmHg na
capnografia após 20 minutos de ressuscitação indica baixíssima probabilidade de
sucesso, podendo ser levado em consideração para a determinação do fim dos
esforços;
RCP com CEC: Embora a evidência ainda seja
pequena, já pode ser recomendado o uso de circulação extracorpórea para
ressuscitação em pacientes que não responderam à ressuscitação convencional e
que possam apresentar algum benefício, como pacientes que aguardam transplante
cardíaco;
Antiarrítmicos pós-PCR FV/TVSP: Também
carecendo de evidências fortes, o uso de betabloqueadores e lidocaína está
indicado após o retorno a circulação espontânea em paradas por fibrilação
ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso;
Benefício do corticoide: Pode parecer
contraditório, porém uma nova recomendação (com nível de evidência baixo por
estar baseado em apenas um estudo) indica o benefício de se usar a combinação
vasopressina 20 U + adrenalina 1 mg a cada 3 minutos, associando no primeiro
ciclo uma dose de metilprednisolona 40 mg. Seguindo esta recomendação, deve-se
manter hidrocortisona 300 mg/dia por 7 dias após retorno de circulação
espontânea.
Resumo
dos componentes de um RCP de alta qualidade para profissionais do SBV
Referências:
Guidelines 2015. Destaques da American Heart Association 2015. Atualização das Diretrizes de RCP e ACE. Disponível em: https://eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2015/10/2015-AHA-Guidelines-Highlights-Portuguese.pdf
O que mudou no novo ACLS 2015? Disponível em: https://www.pebmed.com.br/2015/11/02/o-que-mudou-no-novo-acls/
Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Parecer COREN-SP 26/2013 – CT PRCI n° 100.501 e Ticket n° 277.654, 284.557, 287.513, 290.344, 295.869. [on line]. Ementa: Cardioversão, Desfibrilação e Uso do DEA. Aprovado em 29/05/2013 na 28ª. Reunião da Câmara Técnica. Disponível em: http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/parecer_coren_sp_2013_26.pdf
Referências:
Guidelines 2015. Destaques da American Heart Association 2015. Atualização das Diretrizes de RCP e ACE. Disponível em: https://eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2015/10/2015-AHA-Guidelines-Highlights-Portuguese.pdf
O que mudou no novo ACLS 2015? Disponível em: https://www.pebmed.com.br/2015/11/02/o-que-mudou-no-novo-acls/
Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Parecer COREN-SP 26/2013 – CT PRCI n° 100.501 e Ticket n° 277.654, 284.557, 287.513, 290.344, 295.869. [on line]. Ementa: Cardioversão, Desfibrilação e Uso do DEA. Aprovado em 29/05/2013 na 28ª. Reunião da Câmara Técnica. Disponível em: http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/parecer_coren_sp_2013_26.pdf