Gastrostomia e jejunostomia são procedimentos cirúrgicos para a fixação de uma sonda alimentar. Um orifício criado artificialmente na alt...
Gastrostomia
e jejunostomia são procedimentos cirúrgicos para a fixação de uma sonda
alimentar. Um orifício criado artificialmente na altura do estômago ou na
altura do jejuno, objetivando uma comunicação entre a cavidade do estômago e a
parede do abdômen.
O
alimento pode ser administrado por uma bomba infusora ou através de seringa
(alimentação em bolus). O preparo e "porcionamento" da dieta terá que seguir
rigorosamente a orientação dada pelo nutricionista ou nutrólogo.
A
higiene é fundamental para minimizar a contaminação da dieta e consequentes
complicações gastrointestinais. Antes do preparo da dieta, é necessário
realizar a lavagem adequada das mãos, dos alimentos e de todo material que será
utilizado, bem como dos utensílios e da bancada onde haverá a manipulação.
Depois da lavagem, recomendamos friccionar álcool a 70% na bancada e
utensílios.
Aspectos
Gerais
- Lavagem das mãos antes e após qualquer manipulação;
- Limpeza do local da gastrostomia / jejunostomia com soro fisiológico 0,9%, secar bem após lavagem. Na residência, poderá ser limpo o sítio da sonda com água morna e sabão neutro, secando bem após com gaze.
- Não esqueça de administrar através do cateter de gastrostomia, água ANTES e DEPOIS de cada alimentação; o cateter pode e deve ser utilizado para hidratação do paciente, suplementar à dieta enteral;
- NÃO deixe a pinça fechada se o tubo não estiver em uso, pois isto pode estragar o material; a pinça deve ser utilizada apenas enquanto o orifício externo do cateter estiver aberto, entre uma infusão e outra;
- Não tracionar
- Observar extravasamento de dieta pelo óstio (orifício da gastrostomia/jejunostomia) – comunicar imediatamente o médico.
- Evite o manuseio excessivo do cateter. Cuide para que pacientes desorientados não “brinquem” com o dispositivo. Alguns artifícios são usar faixa de gaze ou camisetas para evitar a tração por parte do paciente, sobretudo dos dispositivos recém-instalados;
- Trocar equipo de dieta – no caso de fórmulas industrializadas – a cada 24h;
- A maior parte dos medicamentos orais líquidos pode ser administrado pelo cateter, mas devem ser diluídos em um volume igual de água, após autorização pelo médico assistente. Comprimidos devem ser macerados individualmente, em água filtrada ou mineral e administrados e NUNCA devem ser administrados com a dieta. O cateter deve ser lavado com 30mL após a administração dos medicamentos, a fim de evitar resíduos.
- Garanta que o paciente esteja com a cabeceira elevada. O tronco deverá estar elevado entre 30-40 graus por 1h após a alimentação; esta medida é importante para evitar refluxo gastroesofágico;
- Examine o tubo, procurando acotovelamentos ou bloqueios que impeçam o fluxo do líquido a ser infundido;
- Feche o tubo com a pinça/grampo/”pregador”;
- Abra a conexão do cateter e conecte uma seringa de alimentação de 50mL ou 60mL contendo água;
- Abra a pinça e deixe a água fluir pelo cateter; Se houver dor, pare imediatamente e avise a enfermeira especialista ou o médico;
- Feche a pinça e conecte o equipo da bomba ou a seringa ao cateter;
- No caso de administração por bomba infusora, ajuste a bomba e o tempo de infusão conforme as recomendações da nutricionista ou do médico; no caso de administração de dieta artesanal, conecte a seringa de 50 ou 60 mL;
- Abra a pinça e inicie a alimentação; no caso de administração de dieta pela seringa, faça-o na vazão de 5mL a cada 30 segundos, repetindo esta operação até o esgotamento do volume da refeição;
- Ao término da alimentação, desconecte o tubo e infunda 50mL de água, como no início do procedimento;
- Feche o cateter e deixe a pinça aberta.
- O orifício por onde o tubo entra no tubo digestório, mais frequentemente no estômago, é chamado ESTOMA;
- O estoma não deve ser tocado nas primeira 8 – 12 horas após a instalação quando esta for feita por via cirúrgica ou endoscópica;
- Após 24 horas limpe em torno da saída do cateter. O estoma deve ser limpo inicialmente duas vezes ao dia com água fervida ou salina, e com higiene meticulosa;
- A drenagem serosa deve parar de sair em poucos dias;
- Duas semanas após a instalação, o estoma pode ser limpo diariamente com sabão neutro, água morna e gaze, ou com salina se estiver no hospital;
- É importante que o estoma seja secado gentilmente, mas por completo. Essa operação de secagem pode ocorrer várias vezes por dia;
- O tubo deve ser girado em torno do próprio eixo (axialmente) uma vez por semana, como parte do processo de limpeza. Isto auxilia a manutenção de um estoma limpo e facilita o processo de limpeza;
- Procure por vazamentos, edemas, irritação, vermelhidão, fissuras na pele. Se o local tornar-se inflamado ou doloroso, procure o médico ou enfermeira especialista;
- Nos primeiros 10 a 14 dias pós-confecção de gastrostomia não recomendamos imersão em água. Chuveiro é permitido desde que a PEG esteja fechada e que o estoma não seja molhado. Após duas semanas, o banho pode ser dado normalmente. Seque sempre muito bem a área após o banho para prevenir infecção.
- Antes de limpar o estoma, lave as mãos com água e sabão. Seque-as bem. Não é necessário o uso de luvas estéreis;
- Atente sempre para o número que aparece no tubo próximo ao local de saída. Esta graduação indica se o cateter está muito ou pouco introduzido e deve ser acompanhada sempre;
- Limpe o estoma com sabão neutro e água morna usando uma gaze. Pode ser necessário um leve deslizamento do cogumelo externo de fixação a fim de melhorar a exposição do óstio para a limpeza de sujidades. Remova gentilmente qualquer debri ou crosta em torno do estoma e do dispositivo de fixação com água morna e gaze. A higienização do óstio da gastrostomia é realizada com sabonete neutro e água.
- Seque o local cuidadosamente com panos macios ou gaze, sem fazer fricção;
- O estoma normalmente não necessita de cobertura, mas se houver transudação excessiva ou vazamento, um absorvente seco pode ser necessário. Nesses casos, consulte o enfermeiro especialista;
- Após limpeza, o dispositivo de fixação (cogumelo externo) deve ser recolocado em sua posição original, conforme a marcação próxima ao estoma. É importante que o fixador não esteja apertado junto à pele, sob o risco de lesioná-la.
- Soluções irritantes como o álcool ou oleosas (p.ex.: hidratantes de pele) devem ser evitadas para minimizar a ocorrência de hiperemia (vermelhidão), descamação ou maceração periestomal;
- A formação de granuloma (pele ou verrucosidade que ocasionalmente surge ao redor do óstio da gastrostomia), pode ser ocasionado pela umidade excessiva associada à fricção do cateter no óstio do estoma. Nesse caso, deve-se contactar o enfermeiro especialista (estomaterapeuta).
- O desposicionamento ou tração do cateter de gastrostomia podem ser evitados realizando fixação do mesmo no abdome com uma fita hipoalergênica (micropore ou fita de silicone para pacientes com fragilidade capilar). Deve-se observar a marcação do anteparo externo do cateter de gastrostomia para que qualquer alteração seja percebida o quanto antes.
- Se houver desposicionamento do cateter ou, até mesmo, saída total do mesmo, a administração da dieta deverá ser interrompida e o médico ou enfermeiro devidamente capacitado para tal será chamado para avaliar o reposicionamento do mesmo cateter ou de um cateter novo.
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